A Associação dos Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro (AAGEPOL-RJ) realizará um protesto na próxima terça-feira, dia 12, em frente ao Palácio Guanabara. O ato tem como objetivo homenagear policiais civis que perderam a vida ou ficaram feridos em 2025. Entre os casos mais recentes estão os de dois agentes que morreram e 13 que ficaram feridos durante a última fase da Operação Contenção, que ocorreu em 28 de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio.

    O evento servirá também para cobrar do governador Cláudio Castro a implementação de medidas prometidas aos policiais, especialmente o auxilio-saúde, que foi vetado na nova Lei Orgânica da Polícia Civil, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) em setembro.

    Ivan de Oliveira Baptista, presidente da AAGEPOL-RJ, destacou que essa assistência poderia ser estabelecida através de um decreto, como já acontece em outras esferas do governo. Ele explicou que o governador tem a opção de criar um decreto para instituir essa gratificação ou incluir o benefício em uma nova lei. “Ele pode decidir pagar R$ 1.500 por policial para auxiliar no plano de saúde da família. Isso seria o mais justo, pois cada região tem suas particularidades na área da saúde”, afirmou Ivan.

    Desde 2012, a Polícia Civil não conta com uma estrutura médica própria, após o fechamento do Instituto de Assistência aos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ). Dessa forma, os policiais precisam depender do Sistema Único de Saúde (SUS) ou de outros sistemas municipais para realizar exames e consultas. Ivan ressaltou que muitos policiais não têm acesso a hospitais para emergências e procedimentos médicos e uma parte significativa da categoria acaba utilizando clínicas de saúde pública. Ele defendeu que um auxílio-saúde de R$ 2 mil, similar ao que é oferecido em outros setores, auxiliaria a muitos agentes.

    Além disso, o presidente da associação pediu que sejam garantidos os direitos de paridade e integralidade para ativos, inativos e pensionistas, além da gratificação para quem possui nível superior, que também está prevista na nova lei, mas ainda não implementada.

    O governador Cláudio Castro, em uma cerimônia recente, reafirmou a importância de investir na saúde, treinamento e estrutura das forças de segurança. Segundo ele, os policiais são fundamentais para proteger a sociedade do crime organizado. Ele reconheceu que a situação financeira do estado é complicada, mas se comprometeu a buscar maneiras de melhorar as condições de trabalho e a saúde dos policiais.

    Castro mencionou que há planos para a construção de um hospital específico para a Polícia Civil, o que, segundo ele, é uma prioridade do governo, mesmo diante das restrições orçamentárias. “Estamos fazendo o que é possível dentro do orçamento, sempre buscando apoio da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional”, acrescentou.

    O ato no Palácio Guanabara será pacífico e contará com a presença de agentes em atividade, aposentados e familiares dos policiais mortos em serviço. Ivan Baptista também destacou a importância de abordar questões de saúde mental e física enfrentadas pelos policiais. Ele expressou que muitos agentes lidam com problemas de pressão alta e outras doenças, enfatizando a necessidade de dignidade para a categoria.

    Um policial civil, que preferiu não se identificar, expressou sua insatisfação com a falta de um plano de saúde, afirmando que isso o desanima a permanecer na corporação. “É inaceitável que, até hoje, não tenhamos um auxílio-saúde. Muitas vezes, um policial ferido tem que arcar com seus próprios custos ou contar com a ajuda de colegas. Isso é um absurdo”, afirmou.

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