Avanços na Caminhada de Pacientes com Doença de Parkinson
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco criaram um método novo para ajudar pacientes com doença de Parkinson a melhorarem a sua caminhada. Essa técnica combina estimulação cerebral profunda e inteligência artificial.
O que é a estimulação cerebral profunda (DBS)?
A DBS envolve a inserção de um dispositivo no cérebro. Para isso, é feito um pequeno procedimento cirúrgico, onde são feitos dois furos bem pequenos no crânio. Em seguida, fios finíssimos, que são como espaguete “ninho”, são colocados. Esses fios vão da cabeça até o peito, conectando-se a um gerador de pulso elétrico. Pense nisso como um marcapasso, mas para o cérebro.
Como a DBS ajuda a quem tem Parkinson?
Na doença de Parkinson, neurônios que produzem dopamina são danificados, causando problemas de movimento, como o “passo de Parkinson”. Muitas pessoas acabam arrastando os pés ao andar e tendo dificuldades ao fazer curvas, dando passos menores de um pé em relação ao outro. Algumas chegam até a congelar no lugar.
Esses sintomas aumentam o risco de quedas, pois o padrão das ondas cerebrais muda, dificultando a alteração dos movimentos. A DBS ajuda a reverter essas alterações.
Tratamentos tradicionais para problemas de marcha em pacientes com Parkinson
Os problemas de marcha são complicados de tratar. Muitas vezes, os métodos tradicionais, como medicamentos ou DBS, falham em melhorar a marcha dos pacientes. Embora a DBS seja eficaz para reduzir tremores e rigidez muscular, sua eficácia na marcha é limitada. Isso motivou a equipe de pesquisa a buscar novas formas de estimulação cerebral.
Como o estudo abordou a melhoria da marcha?
A equipe analisou a marcha sob duas perspectivas: clínica e neurofisiológica. Queriam entender como medir a marcha boa e ruim e como ajustar os parâmetros da DBS para melhorar esses aspectos. Queriam descobrir quais eram os efeitos comuns da estimulação otimizada sobre a atividade cerebral dos pacientes.
Usando sensores de movimento e eletrodos de estimulação, os pesquisadores registraram a marcha de pacientes com Parkinson em vários exercícios. Com esses dados, era possível analisar movimentos das pernas, braços e a velocidade da marcha, ajudando a entender melhor a marcha individual de cada paciente.
Como foram determinadas as melhores configurações da DBS?
Para cada paciente, a equipe analisou sua condição inicial com a DBS padrão e testou diferentes configurações para observar melhorias ou pioras na marcha. Enquanto os pacientes andavam, coletavam dados contínuos sobre a atividade neural e a mecânica da marcha.
Criaram um Índice de Desempenho de Marcha, um conjunto de medidas que mostra se o paciente estava realmente melhorando. Observavam quatro características principais: amplitude do balanço dos braços, velocidade do passo, variabilidade do comprimento do passo e simetria entre os pés.
Qual foi o papel da inteligência artificial (IA)?
Durante o estudo, a equipe coletou dados e usou aprendizado de máquina para descobrir quais ajustes da DBS melhoravam a marcha de cada paciente. A IA ajudou a prever configurações mais adequadas para diferentes indivíduos. Para alguns, frequências mais altas funcionaram melhor, enquanto outros se adaptaram melhor a frequências mais baixas. Dessa forma, as soluções não eram iguais para todos.
O que foi aprendido ao analisar a parte neurofisiológica?
Estudando como a DBS afeta a rede motora do córtex cerebral, descobriram ondas cerebrais associadas a melhores desempenhos na marcha. Essa informação pode ajudar em futuros ajustes dos aparelhos de DBS.
O que os participantes do estudo ganharam e o futuro da pesquisa
As configurações personalizadas resultaram em melhorias significativas na marcha dos pacientes. Eles passaram a andar de forma mais rápida e estável, sem que outros sintomas piorassem. A equipe de pesquisa está desenvolvendo um algoritmo adaptativo que mudará as configurações da DBS para o modo otimizado de marcha apenas durante a caminhada. O objetivo é reduzir as dificuldades na marcha e, assim, diminuir o risco de quedas, melhorando a mobilidade.
Essa inovação pode trazer um futuro promissor para os pacientes com Parkinson, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e bem-estar.
