A sarna em gatos, conhecida como “peladeira” ou “rabujo”, é uma doença de pele causada por ácaros que ficam na pele dos felinos. Esses parasitas podem provocar muita coceira, principalmente nas orelhas, barriga e cotovelos do gato.
Quando a coceira aumenta, os gatos começam a se arranhar e podem criar feridas, com crostas e queda de pelos nas áreas afetadas. Além do desconforto, as feridas abrem portas para bactérias e fungos, aumentando o risco de infecções que podem se tornar graves.
Outra preocupação é que a sarna se espalha rápido entre os gatos da casa. Algumas formas da doença podem até ser transmitidas para humanos, o que é um risco para toda a família. Então, vamos aprender como identificar, tratar e prevenir a sarna nos nossos gatos.
O que é a sarna em gatos?
A sarna felina é uma infecção de pele causada por ácaros microscópicos que vivem na pele do gato. Esses parasitas se alimentam de células e secreções da pele, causando irritação e coceira.
Existem várias espécies de ácaros que causam sarna, e cada um provoca um tipo diferente da doença, com sintomas e gravidade variáveis. Por isso, o termo “sarna” pode se referir a pelo menos quatro doenças diferentes, e não a uma única condição.
Essa doença é altamente contagiosa e pode afetar gatos de todas as idades, raças e estilos de vida.
Quais são os tipos de sarna felina?
Sarna Demodécica
A sarna demodécica, também chamada de demodicose, é causada por ácaros do tipo Demodex. Essa doença é mais comum em cães, mas é rara em gatos, afetando cerca de 4 a cada 10.000 felinos.
Os principais ácaros que causam essa doença são o Demodex cati, que vive nos folículos dos pelos, e o Demodex gatoi, que fica nas camadas superiores da pele. No caso do D. gatoi, a sarna pode ser um sinal de problemas de saúde, como diabetes ou outras doenças que derrubam a imunidade.
Os gatos com sarna demodécica normalmente não coçam muito, a não ser que tenham infecções bacterianas secundárias ou outros problemas. Os sintomas incluem queda de pelos, vermelhidão e espessamento da pele, especialmente no rosto. Essa sarna não é transmitível para humanos.
Sarna Otodécica
A sarna otodécica, ou otocaríase, é causada pelo ácaro Otodectes cynotis. Essa é uma das formas mais comuns de infecção de ouvido em gatos e pode provocar muita irritação. O ácaro vive no canal auditivo, se alimentando do que encontra lá.
Os gatos afetados costumam sacudir a cabeça e coçar as orelhas frequentemente. Os sinais incluem vermelhidão, formação de pápulas e a presença de um material escuro no ouvido, com um odor que lembra tabaco. Esse ácaro pode, em raros casos, ser transmitido para humanos, causando pequenas irritações na pele.
Sarna Sarcóptica
A sarna sarcóptica é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que pode afetar várias espécies, incluindo gatos e humanos. Os sintomas principais são coceira intensa, vermelhidão, crostas e áreas sem pelos.
Com o tempo, o gato pode desenvolver inchaço nas glândulas linfáticas e infecções por bactérias. A gravidade varia conforme a quantidade de ácaros: infecções leves podem ter menos de 15 parasitas, enquanto infecções severas podem ter milhares. Em humanos, esse ácaro provoca uma condição chamada escabiose, que causa coceira e pápulas na pele.
Sarna Notoédrica
A sarna notoédrica, também conhecida como escabiose felina, é causada pelo ácaro Notoedres cati. Essa sarna é bem contagiosa entre gatos e pode atingir humanos, além de ser uma zoonose presente em várias partes do mundo.
Os ácaros causam lesões crostosas, começando nas bordas das orelhas e no rosto, e podem se espalhar se o gato se lamber. A coceira intensa e o espessamento da pele são comuns.
Causas da sarna em gatos
Os ácaros que causam sarna são minúsculos, com tamanho inferior a 0,3 mm. Em algumas situações, como na sarna demodécica, esses ácaros já fazem parte da flora normal da pele e vivem em equilíbrio. Contudo, se a imunidade do gato estiver baixa ou se houver alguma doença presente, os ácaros podem se multiplicar e causar a infecção.
Em outras formas de sarna, o simples contato com o ácaro é o suficiente para desenvolver a condição. Cada tipo de sarna é associado a um agente específico, e a transmissão é geralmente por contato direto entre gatos. Alguns ácaros conseguem sobreviver um pouco mais fora do corpo, aumentando o risco de contágio.
Predisposição à sarna
Qualquer gato pode ter sarna, mas alguns fatores aumentam a vulnerabilidade, como viver em ambientes com muitos felinos, como abrigos. Esses locais facilitam a disseminação, pois o entendimento mais frequente entre os gatos aumenta o risco.
Gatos que têm acesso à rua estão mais expostos ao convívio com felinos errantes, aumentando as chances de contágio. Além disso, gatos debilitados ou desnutridos podem ter mais dificuldade em controlar a população de ácaros em sua pele.
No caso da sarna demodécica, raças específicas, como o Siamês e o Birmanês, parecem ter maior predisposição. Gatos idosos também são mais suscetíveis, devido à redução natural da imunidade.
Sintomas da sarna em gatos
Os sinais de sarna podem variar conforme o tipo de ácaro e o estado de saúde do felino. Entretanto, muitos compartilham sintomas comuns, como coceira intensa, vermelhidão, lesões na pele e perda de pelo.
O ato de coçar pode levar à automutilação, aumentando as chances de infecções secundárias. É importante observar as diferentes formas de sarna e os sintomas correspondentes.
Diagnóstico de sarna em gatos
O diagnóstico de sarna envolve a avaliação clínica feita por um veterinário. O processo começa com uma conversa detalhada, onde o veterinário coleta informações sobre a saúde e comportamento do gato.
Os sintomas, a convivência com outros animais e quaisquer tratamentos anteriores são informações importantes. O exame físico se concentra nas áreas afetadas. Em alguns casos, exames laboratoriais são realizados para confirmar a presença de ácaros.
Exames comuns para confirmação incluem raspados de pele, tricogramas e testagem de cerúmen, dependendo do tipo de sarna suspeitada.
Tratamento da sarna em gatos
O tratamento deve sempre ser feito por um veterinário, que prescreverá os medicamentos corretos. Cada tipo de sarna exige um protocolo específico; portanto, automedicar não é recomendado.
A primeira etapa é limpar as áreas afetadas, especialmente as orelhas. Medicamentos antiparasitários são usados, podem ser tópicos, orais ou injetáveis.
Além das medicações, o manejo ambiental é essencial, assim como limpar e desinfetar itens usados pelo gato, e isolar o animal infectado.
Prevenção da sarna em gatos
Prevenir a sarna é a melhor maneira de proteger seu gato. Algumas ações ajudam, como usar antiparasitários de forma regular. Manter a casa limpa e livre de sujeira também é importante.
Consultas regulares ao veterinário ajudam a detectar qualquer infestação precocemente. Além disso, oferecer uma dieta balanceada e ajustar as vacinas também é fundamental.
Nosso objetivo é proporcionar saúde e conforto para seu gato. Com cuidados adequados e acompanhamento veterinário, eles podem viver felizes e saudáveis.
