Novas Terapias com Células T Mostram Resultados Promissores em Pacientes com Câncer Avançado Relacionado ao HPV
Pesquisadores do Rutgers Cancer Institute, em Nova Jersey, anunciaram resultados de estudos sobre terapias com células T que podem levar a remissões duradouras em pacientes com cânceres epiteliais avançados. O trabalho foi realizado em parceria com o RWJBarnabas Health e o National Cancer Institute.
Christian Hinrichs, médico e co-diretor do centro de imunologia do câncer do Rutgers Cancer Institute, apresentou os estudos em um congresso de imunoterapia de câncer. Os pesquisadores focaram em uma nova forma de tratamento que usa células T geneticamente modificadas para atacar o HPV16, um tipo de vírus relacionado ao câncer.
No primeiro estudo, foram obtidos resultados iniciais positivos em um ensaio clínico de fase II. Os pesquisadores testaram células T projetadas para reconhecer a proteína E7 do HPV em pacientes com câncer metastático associado ao vírus. O tratamento incluiu uma preparação com medicamentos, a infusão de até 50 bilhões de células T E7 e doses adicionais de um medicamento chamado aldesleukin.
Dos 10 pacientes com câncer avançado, cinco tinham câncer na cabeça e pescoço, dois tinham câncer cervical, dois tinham câncer anal e um tinha câncer esofágico. O tratamento foi bem tolerado e os efeitos colaterais foram dentro do esperado.
Seis dos 10 pacientes mostraram redução significativa nos tumores. Desses, dois alcançaram a regressão total dos tumores, com resultados mantidos por até 12 meses. Esses pacientes já tinham tentado outras terapias sem sucesso.
Dr. Hinrichs mencionou que os cânceres metastáticos relacionados ao HPV são desafiadores de tratar. Ele ressaltou que as células T E7 podem causar respostas eficazes em pacientes com poucas opções. É um avanço importante para a terapia com células T em cânceres epiteliais.
O desenvolvimento desse tratamento é fruto da colaboração entre o National Cancer Institute e o Rutgers Cancer Institute, onde o estudo foi realizado. As células foram produzidas em uma instalação que atende a normas rígidas de fabricação. Essa estrutura ajudou na pesquisa e em clínicas, trazendo inovações para os pacientes.
Uma paciente, Maria, compartilhou sua experiência após o tratamento. Ela comentou que se sentiu melhor rapidamente. Em um mês, os nódulos desapareceram, e ela pôde voltar a aproveitar a vida, passando tempo com o filho e se sentindo cheia de energia. Maria agradeceu à equipe pelo apoio e por mudar sua vida.
Em um segundo estudo, os pesquisadores descobriram que duas pacientes com câncer cervical metastático continuam livres da doença 10 anos após receberem uma única infusão de terapia com linfócitos infiltrantes de tumor. Este estudo é uma das melhores evidências até agora de que a terapia celular pode proporcionar respostas longas e possivelmente curativas.
Dez anos depois do tratamento, os exames não mostraram sinais de doença. Durante o tratamento, as células T que atacavam o tumor se expandiram temporariamente, coincidindo com a redução do tumor. Essas respostas duradouras indicam que o tumor pode ter sido eliminado com a primeira reação das células T.
Dr. Steven K. Libutti, diretor do Rutgers Cancer Institute, enfatizou que pesquisas em centros designados como o dele são cruciais. Esses locais reúnem especialistas e recursos necessários para transformar novas descobertas em tratamentos reais para os pacientes.
Sue, uma paciente de Washington, DC, falou sobre sua participação no estudo. Ela estava com câncer avançado e decidiu usar seu tempo para ajudar na pesquisa. Após dois meses da infusão, o câncer desapareceu nos exames. Agora, 12 anos depois, ela continua livre da doença e agradece à equipe que tornou isso possível.
Dr. Hinrichs acrescentou que esses estudos mostram que terapias celulares de uma única aplicação podem trazer respostas duradouras em cânceres epiteliais, que historicamente resistem mais a esses tratamentos do que os cânceres hematológicos. As longas remissões com terapia TIL dão esperança de cura para os pacientes. Os resultados com células T E7 incentivam mais investigações sobre essa abordagem.
Essas descobertas estão moldando o futuro das terapias para cânceres relacionados ao HPV, oferecendo esperança para pacientes que enfrentam tratamentos difíceis e opções limitadas.
