Mulher de 90 anos vive há 17 anos no topo de montanha na China cuidando de templo budista centenário
No alto de uma montanha em Yinjiang, na província de Guizhou, um templo budista, criado na época da dinastia Ming, permanece em pé. Esse lugar é mantido por uma senhora de 90 anos que decidiu viver lá e cuidar dele.
A montanha e o templo acima das nuvens
O Templo Centu está localizado na área montanhosa de Muhuang, em Yinjiang. A construção atual fica em um ponto elevado e é cercada por florestas densas e penhascos impressionantes.
Histórias locais dizem que o templo começou a ser construído no final da dinastia Ming e no início da dinastia Qing. Após um longo período de destruição, a comunidade se uniu para reconstruí-lo aos poucos.
Esse templo ainda existe graças à perseverança das pessoas que valorizaram a importância dele naquele local elevado. Nos últimos anos, uma estrada de concreto foi construída pelos moradores, mas a última parte continua desafiadora e íngreme.
Quem faz a subida percebe que o templo foi projetado para ser um lugar distante, tranquilo e protegido.
A guardiã de 90 anos
A responsável por manter o templo é uma mulher de 90 anos que vive lá há 17 anos. Embora tenha cinco filhos e uma família grande, ela optou por ficar na montanha e cuidar do templo sozinha.
Ela é ágil para a idade e consegue subir e descer a montanha com facilidade. Prepara chá e explica cada imagem do altar. Embora tenha dificuldades auditivas, sua memória sobre a história do lugar é impressionante.
Ela menciona que já cultivou verduras, mas os animais de pastores vizinhos as comeram. A água que usa é transportada por canos que vêm da base da montanha. Já ficou até dez dias sem descer e ainda encontra motivos para permanecer, pois alguém precisa cuidar do templo.
Vida no alto da montanha
Apesar de viver em um local isolado, não está sozinha. Um outro idoso, com cerca de 85 anos, também reside no templo. Eles compartilham a cozinha, utensílios e as atividades diárias.
As construções são simples, com uma casa de tijolos e algumas de madeira nas proximidades. A vida é simples, mas autêntica, com uma rotina que reflete a realidade de quem realmente mora na montanha, e não apenas visita.
Os alimentos chegam até eles, trazidos por familiares ou vizinhos da vila. O fogão é acionado no próprio local e o abastecimento de água é feito por uma tubulação. Às vezes, ela pode ficar até dez dias sem descer, mas sua missão não é fornecer conforto; é garantir que o templo se mantenha aberto.
Reconstrução, doações e estrada
O templo atual não surgiu do nada; sua estrutura foi reerguida após o antigo ser destruído em tempos difíceis. Os moradores da região se uniram e fizeram doações para a obra. Um líder da cidade de Zhuhai, por exemplo, doou uma quantia significativa.
Esses esforços coletivos tornaram possível a construção da estrada de concreto, que facilita o acesso ao templo. Apesar disso, a parte final da subida ainda é desafiadora, com inclinações acentuadas e barras de ferro para ajudar na ascensão.
Ao alcançar o topo, a visão é deslumbrante, como uma pintura de uma linda paisagem chinesa.
Espaço sagrado no ponto mais alto
O interior do templo é cheio de imagens sagradas. A senhora de 90 anos conhece bem a história de cada uma delas e apresenta figuras como Guanyin, o Deus da Riqueza, e o Imperador de Jade. Algumas dessas imagens foram transferidas de outros locais.
Ela não apenas reside naquele espaço; conhece também sua importância espiritual e os rituais que envolvem o templo. Todo dia, é sua responsabilidade limpar cinzas e organizar o ambiente; essa tarefa é contínua e demonstra sua dedicação.
O que torna essa história emocionante é a combinação de todos os elementos: uma montanha isolada, um templo com história antiga, uma estrada construída com esforço coletivo e uma mulher que decidiu dedicar a vida ao cuidado desse lugar.
A escolha por permanecer
Esses templos sagrados só se mantêm vivos quando alguém decide ficar, e essa escolha foi feita por uma senhora que poderia ter optado por uma vida mais confortável na cidade, mas prefere a montanha. Sua presença garante que o templo não seja esquecido e que sua história perdure.
A determinação dela em permanecer na montanha e cuidar do templo é admirável. Ela representa a conexão entre a tradição e a vida simples, mostrando que o significado de um lugar vai além das estruturas físicas.
Você já imaginou como seria viver em um local tão remoto, cuidando de um templo quase sozinho por tantos anos? O contraste com a vida urbana é notável. Cada um tem suas preferências, mas a escolha dessa mulher é uma demonstração de amor e dedicação a um legado cultural e espiritual.
