Na quinta-feira, 13 de outubro, foi realizada em João Pessoa uma Oficina de Qualificação para a Implementação do Implante Contraceptivo. Esse evento foi promovido pelo Ministério da Saúde, em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde da Paraíba e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba. O objetivo da oficina foi capacitar médicos e enfermeiros para a inserção e manejo do implante subdérmico de etonogestrel, garantindo que esses profissionais estejam bem preparados tecnicamente e eticamente para oferecer esse serviço à população.
O implante subdérmico de etonogestrel é um método contraceptivo que pode ser utilizado por mulheres entre 14 e 49 anos. Esse método foi recentemente incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e representa uma opção importante para ampliar as alternativas de contracepção de longa duração disponíveis no país. A introdução desse implante também visa fortalecer os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, além de apoiar o planejamento familiar e reprodutivo, que são fundamentais na assistência à saúde, conforme estabelecido por lei.
Nesta primeira fase do programa, foram incluídos os municípios com mais de 50 mil habitantes, que apresentaram o maior número de partos realizados, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde. Médicos e enfermeiros de cidades como Sapé, Santa Rita, Bayeux, Sousa, Guarabira, Patos, Cabedelo, Cajazeiras, Campina Grande, João Pessoa e Queimadas participaram da capacitação. A intenção é que, em etapas futuras, outros municípios também sejam capacitados, de acordo com o cronograma definido pelo Governo Federal.
Patrick Almeida, secretário-executivo de Gestão de Rede de Unidades de Saúde da SES, destacou a importância da ação para garantir acesso a direitos fundamentais. Ele afirmou que a qualificação é um passo importante para proporcionar dignidade às pessoas, especialmente às populações mais vulneráveis, e ajudar a enfrentar a alta taxa de gravidezes indesejadas, particularmente entre adolescentes no estado.
Olívia Lucena de Medeiros, diretora de Gestão do Cuidado Integral do Ministério da Saúde, afirmou que a iniciativa é resultado de uma colaboração entre os níveis federal, estadual e municipal. Segundo ela, o que as mulheres e meninas precisam é de uma abordagem que atenda suas necessidades de saúde de maneira integral, em consonância com políticas de saúde voltadas para a atenção às mulheres e o planejamento familiar. A oficina representa uma oportunidade de trazer a saúde sexual e reprodutiva para o centro das discussões nas instituições públicas de saúde.
Durante o evento, foram simbolicamente entregues dois kits de simulação para o implante de etonogestrel, que serão usados pela SES e pelo Cosems-PB para expandir esse treinamento por todo o estado. Além disso, os participantes puderam participar de uma aula prática, onde aprenderam a fazer a inserção e remoção do contraceptivo.
A capacitação dos profissionais de saúde é vista como fundamental para descentralizar a oferta desse método contraceptivo, garantindo que mulheres em toda a Paraíba tenham acesso seguro e orientações adequadas sobre o novo dispositivo.
O implante subdérmico de etonogestrel é uma alternativa reversível que possui duração de até três anos e eficácia elevada. Ele contribui para a redução das gestações não planejadas e reforça as políticas de saúde sexual e reprodutiva no SUS.
