O direito de voto dos torcedores no Corinthians tem sido um tema amplamente discutido nos últimos meses. Paulo Pedro, conselheiro do clube e membro do Conselho de Orientação (CORI), defende que os torcedores devem ter o direito de votar, mas critica a maneira como essa proposta está sendo apresentada no anteprojeto de reforma do estatuto.
Pedro aponta que a proposta atual apresenta várias inseguranças jurídicas e contradições que podem resultar em disputas legais. Ele reitera seu apoio à inclusão do voto para os torcedores, mencionando que sua equipe já havia considerado essa possibilidade nas reformas que propuseram anteriormente. No entanto, ele considera que a forma como a questão está sendo abordada agora é problemática, especialmente do ponto de vista legal.
O anteprojeto sugere que os torcedores só poderão votar se forem membros do programa Fiel Torcedor por mais de quatro anos ininterruptos, além de precisarem pagar metade do valor de um título patrimonial do clube e 50% da taxa de manutenção. Um detalhe que chama a atenção é que esses torcedores não teriam acesso às dependências do Parque São Jorge, mesmo assim continuando a arcar com essas despesas.
Pedro compara essa situação a um condomínio, onde uma pessoa paga as taxas, mas não pode usar as áreas de lazer, como a piscina, enquanto mantém o direito de votar para escolher um síndico. Para ele, essa abordagem é injusta, pois os torcedores estariam contribuindo financeiramente para o clube, mas não teriam acesso a seus benefícios.
Além disso, ele destaca que esses torcedores, conhecidos como “sócios do futebol”, poderiam buscar na Justiça o reconhecimento como sócios plenos do clube. Ele critica a terminologia utilizada no anteprojeto, considerand-o um erro que não deve ser aceito.
Essa discussão revela as complexidades envolvidas na concessão de direitos aos torcedores e a necessidade de se considerar todos os aspectos legais e práticos em qualquer proposta de reforma estatutária.
