O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) realiza nesta sexta-feira, em Porto Alegre, o 1º Encontro Estadual de Mulheres para o Mundo – Redes de Proteção da Mulher. O evento tem como público-alvo prefeitas, prefeitos, profissionais de políticas públicas e técnicos dos Centros de Referência da Mulher (CRMs). A iniciativa é promovida pelo governo do estado, através da Secretaria da Mulher (SDM).
Durante o encontro, a promotora Isabel Guarise Barrios, primeira mulher a ocupar o cargo de subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do MPRS, enfatizou a importância das duas torres de trabalho do MPRS, que se dedicam à proteção dos direitos humanos e ao apoio às mulheres.
O objetivo central do evento é alinhar as políticas da SDM com as ações desenvolvidas em nível municipal, promovendo a integração e o compartilhamento de experiências. Isso visa fortalecer a rede de proteção às mulheres em todo o estado. Além disso, equipes das prefeituras apresentam iniciativas voltadas à proteção das mulheres e ao combate à violência doméstica.
A SDM desempenha um papel crucial na elaboração e execução de políticas que promovem os direitos e a autonomia das mulheres. O órgão atua em colaboração com outras áreas do governo para promover a equidade de gênero, prevenir a violência e aumentar oportunidades em todas as regiões do estado. Durante a abertura do evento, a secretária Fábia Almeida Richter destacou a gravidade da situação ao relembrar os dez casos de feminicídio registrados no Rio Grande do Sul durante o último feriado de Páscoa.
“Nosso objetivo é construir, juntos, políticas de Estado. Queremos conhecer a realidade de cada região e mapear casos antes que cheguem à polícia. Precisamos que a empatia e o cuidado cheguem a todos os cantos do estado, para que possamos ter um Natal diferente do que ocorreu na Páscoa”, declarou a secretária.
O governador Eduardo Leite, que foi o único homem a se pronunciar no evento, ressaltou que todas as secretarias do Executivo Estadual estão comprometidas com a causa da proteção às mulheres. Ele enfatizou que essa luta não deve ser vista apenas sob a ótica ideológica ou partidária.
“É responsabilidade do governo implementar políticas públicas eficazes e dar o exemplo. Criamos a SDM porque acreditamos que ela pode ser um motor nesse esforço, mas o compromisso deve ser de todas as secretarias e da sociedade como um todo. Precisamos de uma rede que possa identificar situações de risco antes que se tornem feminicídios. As políticas públicas não podem se perder a cada troca de governo; é necessário ter estratégias e planejamento que transcendam ideologias ou partidos”, concluiu Leite.
