O Ministério da Saúde lançou uma campanha para combater a disseminação de informações falsas sobre vacinas, focando principalmente em profissionais de saúde que lucram com teorias infundadas. A iniciativa, destacada pelo ministro Alexandre Padilha, pretende restringir a monetização de conteúdos antivacina nas redes sociais e outras plataformas digitais.

    Um dos principais alvos da ação são médicos que promovem a chamada “síndrome pós-spike”, uma condição inexistente vinculada às vacinas de mRNA utilizadas durante a pandemia de Covid-19. Com isso, o ministério busca proteger a população das consequências dessas informações enganosas.

    ### Ações Legais e Remoção de Conteúdo

    O Ministério da Saúde alinhou-se à Advocacia-Geral da União (AGU) para desenvolver ações legais específicas. A ideia é apresentar representações criminais contra médicos que estão vendendo cursos e atendimentos baseados em afirmações sem respaldo científico. Além disso, o ministério notificará plataformas digitais para que removam imediatamente conteúdos que promovam esses tratamentos e cursos fraudulentos. Padilha reforçou, por meio de suas redes sociais, a determinação do governo em conter a propagação da desinformação.

    ### A Farsa da “Spikeopatia”

    Uma investigação revelou que médicos com grande audiência, alguns com mais de 1,6 milhão de seguidores, têm lucro ao tratar uma suposta intoxicação causada pelas vacinas. Os valores cobrados podem chegar até a R$ 685 por cursos e R$ 3,2 mil por consultas individuais focadas na chamada “spikeopatia”. Vale destacar que essa condição não possui qualquer reconhecimento dentro da comunidade científica. As vacinas de mRNA utilizam a proteína spike para ensinar o sistema imunológico a identificar e combater o vírus de forma eficaz e segura.

    Um estudo liderado pelo imunologista Roberto Zeballos buscou apoiar essa teoria, mas foi rapidamente retratado por uma publicação devido a sérios erros, desmentindo as alegações feitas por esses médicos. Embora um dos autores tenha afirmado que o estudo não visava criar protocolos de saúde, Zeballos fez recomendações sobre o tema nas redes sociais.

    ### Investimento em Ciência e Combate ao Negacionismo

    Além das ações punitivas, o Ministério da Saúde está investindo R$ 60 milhões para atraer pesquisadores internacionais e estimular estudos em saúde pública no país. Este investimento surge em um momento em que os Estados Unidos estão passando por mudanças em seus contratos, o que pode facilitar a captação de talentos.

    As iniciativas do ministério estão também alinhadas com discussões futuras sobre o negacionismo, tanto climático quanto vacinal, reconhecido como uma ameaça à saúde pública. Padilha ressaltou que combater o negacionismo é parte de um esforço mais amplo para adaptar o sistema de saúde do país diante das mudanças climáticas.

    Assim, o Ministério da Saúde segue atuando em várias frentes para proteger a saúde pública da desinformação e promover um ambiente mais seguro para a população.

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