O Ministério da Saúde lançou uma ação para combater a desinformação sobre vacinas, especialmente em relação a médicos que lucram com teorias sem fundamento. O ministro Alexandre Padilha detalhou o plano, que tem como objetivo limitar a difusão de conteúdos antivacina nas mídias digitais.

    A principal preocupação do Ministério é com profissionais de saúde que promovem a suposta “síndrome pós-spike”, uma condição que não tem respaldo científico e é vinculada às vacinas de mRNA desenvolvidas durante a pandemia de Covid-19.

    Para enfrentar essa situação, o Ministério da Saúde se uniu à Advocacia-Geral da União (AGU). A parceria visa apresentar representações criminais contra médicos que vendem cursos e consultas com base em alegações não comprovadas. Além disso, o ministério notificará plataformas digitais para que removam imediatamente conteúdos que promovem esses tratamentos fraudulentos. Padilha garantiu em suas redes sociais que a intenção é clara: combater a propagação da desinformação.

    Investigações sobre médicos que afirmam tratar uma suposta intoxicação por vacinas revelaram um esquema financeiro. Alguns desses profissionais têm grande audiência nas redes sociais, com seguidores que chegam a 1,6 milhão, e chegam a cobrar até R$ 685 por cursos e R$ 3,2 mil por consultas para abordar a chamada “spikeopatia”.

    Vale destacar que a “spikeopatia” não tem respaldo na comunidade científica. As vacinas de mRNA utilizam a proteína spike para ensinar o sistema imunológico a combater o vírus, o que é um processo considerado seguro e eficaz. Um estudo liderado por um imunologista sobre essa temática foi rapidamente retratado devido a falhas significativas, desmentindo as alegações feitas por alguns médicos.

    Além das medidas legais, o Ministério da Saúde está investindo R$ 60 milhões para atrair pesquisadores internacionais e incentivar estudos na área de saúde pública no país, aproveitando oportunidades para captar talentos. O ministério está focado em alinhar essas iniciativas às discussões da COP-30, onde o negacionismo, tanto climático quanto vacinal, foi destacado como uma ameaça à saúde pública.

    Padilha enfatizou que combater o negacionismo e inovar para proteger as populações vulneráveis são partes importantes do Plano de Ação Belém, que visa adaptar os sistemas de saúde às mudanças climáticas. O Ministério da Saúde se mobiliza em várias frentes para assegurar a saúde pública contra a desinformação.

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