Com a aproximação do final do ano, muitas pessoas sentem a pressão de concluir tarefas, cumprir metas e fechar ciclos. Essa ideia de “terminar o ano com chave de ouro”, que é reforçada por redes sociais e ambientes de trabalho, pode aumentar a autocobrança e levar a problemas como ansiedade, irritabilidade e exaustão emocional.

    Esse comportamento pode estar relacionado à chamada “ansiedade de desempenho”. Nessa condição, a pessoa sente que está sempre sendo avaliada, inclusive por si mesma. Segundo a psiquiatra Dra. Bianca Bolonhezi, essa pressão é incentivada por uma cultura que valoriza a produtividade e os resultados imediatos. Quando os objetivos não são alcançados, a pessoa pode sentir culpa e frustração.

    A médica aponta que a autocobrança excessiva muitas vezes aparece de forma sutil, com sintomas como insônia, falta de concentração e irritação, podendo evoluir para um estado de alerta constante. Esse ciclo de estresse consome energia e dificulta o descanso e a reflexão que costumam caracterizar o final do ano.

    Para amenizar essas sensações, o autoconhecimento é essencial. Identificar as prioridades reais pode ajudar a aliviar a sensação de estagnação. A especialista ressalta que o progresso nem sempre é evidente; muitas vezes, um avanço importante é simplesmente passar por momentos difíceis, estabelecer limites ou reconhecer pequenas vitórias.

    Dra. Bianca também enfatiza que o fechamento do ano deve ser um momento de leveza e não de comparação com os outros. A ideia de “fechar bem” não deve estar atrelada a superar os resultados alheios, mas sim a encontrar paz interior com o que foi realizado.

    Por fim, a psiquiatra acredita que a saúde mental se fortalece quando a autocobrança é substituída por um tratamento gentil consigo mesmo. Assim, o final do ano pode se tornar uma oportunidade de pausa, reflexão e reorganização emocional, em vez de um período de esgotamento.

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