O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na terça-feira, dia 2, que as forças armadas do país conseguiram controlar a cidade de Pokrovsk, na Ucrânia. O anúncio foi feito antes de uma reunião entre Putin e Steve Witkoff, enviado especial dos Estados Unidos. O objetivo do encontro é discutir os próximos passos do plano de paz proposto pelo presidente americano, Donald Trump.
Putin, que apareceu em um vídeo de uniforme militar, expressou sua satisfação em relação à conquista, afirmando que isso é um passo importante para alcançar os objetivos traçados no que a Rússia chama de “operação militar especial”, que se refere à guerra na Ucrânia. Ele agradeceu a seus oficiais e destacou a relevância da operação.
Contudo, o Exército da Ucrânia contestou a afirmação e afirmou que ainda controla a parte norte de Pokrovsk, uma região estratégica para o acesso a Donetsk. O presidente ucraniano, Volodomyr Zelenskyy, reconheceu que as tropas russas avançaram em algumas frentes, mas ressaltou que suas operações ofensivas não obtiveram sucesso.
No domingo anterior, uma delegação ucraniana se reuniu com autoridades americanas para discutir ajustes no plano de paz de Trump, o qual é considerado por muitos como favorável à Rússia. Em uma coletiva ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, Zelenskyy disse que a nova versão do plano parecia mais promissora, mas que as negociações ainda estão em andamento.
Em relação ao encontro entre Putin e Witkoff, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que eles discutiriam recentes entendimentos entre Washington e Kiev. Peskov acrescentou que a Rússia continua disposta a dialogar, mas reiterou sua intenção de cumprir os objetivos da operação militar.
Este será o sexto encontro entre Witkoff e Putin, algo que gera preocupação nas autoridades ucranianas e em outros países da Europa. Durante reuniões anteriores, Witkoff foi criticado por influenciar os Estados Unidos em favor do Kremlin, ao sugerir estratégias que incluem a diminuição da força militar da Ucrânia e concessões territoriais à Rússia.
Um vazamento recente divulgou detalhes de uma conversa entre Witkoff e Yuri Ushakov, assessor do Kremlin, onde discutiram táticas para moldar as negociações. Na ligação, Witkoff ofereceu conselhos sobre como António Trump poderia abordar Putin, incluindo parabenizações e a sugestão de um plano de paz de 20 pontos com a Rússia, semelhante ao que foi aplicado na questão entre Israel e Hamas.
Witkoff acredita que, apesar das dificuldades nas negociações, há uma chance para um acordo de paz, e mencionou que está disposto a discutir as condições necessárias para isso, incluindo questões territoriais. Editor de abordagem diplomática, ele ressaltou a importância de se criar um ambiente favorável para que as conversas avançassem.
Os desdobramentos dessa situação refletem a complexidade das relações internacionais na região e as contínuas tentativas de busca por um caminho pacífico para resolver o conflito em curso.
