Pacientes aguardam cirurgias em hospital do Distrito Federal

    No Hospital Regional de Taguatinga (HRT), localizado no Distrito Federal, a situação de espera por cirurgias tem gerado grande desespero entre os pacientes. Orleide Rodrigues, por exemplo, está internada desde o dia 20 de novembro, esperando uma cirurgia de vesícula. Ela relatou que está há quase quatro dias sem comer ou beber, aguardando uma operação que ainda não ocorreu.

    A angústia de Orleide reflete a situação de outros 20 pacientes que também estão à espera de procedimentos cirúrgicos. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver a ala de internação lotada, com pessoas machucadas e à espera de atenção médica. Uma das pacientes, visivelmente emocionada e com um braço imobilizado, afirmou que está internada há 30 dias.

    Em outro registro, uma paciente, frustrada com a demora, chegou a quebrar equipamentos médicos, provocando a compreensão dos outros internados sobre sua reação, uma vez que ela já estava há mais de quarenta dias no hospital.

    Por enquanto, a Secretaria de Saúde (SES), que administra o HRT, não se manifestou sobre a situação. A espera por uma resposta oficial continua.

    Desafios na saúde pública

    O orçamento da saúde no Distrito Federal para este ano foi de R$ 13 bilhões, mas a proposta do Governo do Distrito Federal (GDF) para 2026 sugere um corte de R$ 1,1 bilhão nessa área. Esse Projeto de Lei Orçamentária deve ser aprovado pela Câmara Legislativa até o dia 15 de dezembro.

    Um relatório da Secretaria de Saúde mostrou que, no início de 2025, havia cerca de 32 mil profissionais ativos na área. Desses, a maior parte era composta por técnicos de enfermagem (28%), seguidos por trabalhadores na assistência pública à saúde (18%) e médicos (15%). A escassez de profissionais tem impactado significativamente o atendimento à população, levando a longas filas e atrasos no acesso aos serviços.

    Além disso, as avaliações dos serviços públicos de saúde no DF têm sido negativas. Dados de uma pesquisa revelaram que 45,6% dos moradores consideram as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) insatisfatórias, enquanto 58,5% desaprovam os hospitais.

    Audiência pública para discutir a saúde

    Diante desse cenário crítico, a deputada distrital Dayse Amarílio (PSB) convocou uma audiência pública na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O objetivo é discutir o número de profissionais e a falta de nomeações no Sistema Único de Saúde (SUS).

    A parlamentar destaca que a escassez de pessoal tem afetado o atendimento e sobrecarregado os servidores que estão trabalhando. Ela ressalta a importância de um dimensionamento adequado de profissionais para garantir um atendimento de qualidade, reduzir a carga de trabalho e assegurar o direito constitucional à saúde.

    A discussão na Câmara Legislativa é vista como crucial para encontrar soluções que tornem o SUS mais humano, eficiente e acessível para todos os cidadãos.

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