A Meta, empresa responsável pelo WhatsApp, está sendo investigada pela União Europeia (UE) devido a preocupações relacionadas à concorrência. A investigação vai avaliar se as novas diretrizes da empresa interferem nas regras de competição do bloco europeu.

    Recentemente, a Meta anunciou uma mudança de política que limita o acesso de provedores de inteligência artificial (IA) ao WhatsApp. Essa nova regra proíbe que empresas que usam IA como seu principal serviço se conectem aos clientes por meio do aplicativo. De acordo com a Comissão Europeia, essa limitação pode prejudicar a atuação de empresas que usam IA para oferecer serviços no Espaço Econômico Europeu (EEE).

    Atualmente, as empresas ainda podem utilizar a IA para tarefas, como atendimento ao cliente, mas há receios de que a nova política impeça a concorrência no setor, afetando especialmente provedores menores que dependem do WhatsApp para comunicação empresarial.

    Um porta-voz do WhatsApp defendeu a nova política, alegando que as ferramentas de programação do aplicativo não são adequadas para suportar chatbots de IA e que isso poderia sobrecarregar seus sistemas. Ele também comentou que o mercado de IA é muito competitivo, com diversas opções de serviços disponíveis a partir de aplicativos, mecanismos de busca e sistemas operacionais.

    Essa investigação ocorre em um momento em que a UE tem intensificado suas ações contra as grandes empresas de tecnologia. Nos últimos meses, a Comissão Europeia aplicou multas significativas a outras gigantes do setor. O Google, por exemplo, recebeu uma multa de 2,95 bilhões de euros por violar normas de concorrência em publicidade online. A Apple também foi penalizada, com uma multa de 500 milhões de euros, por não cumprir regras de orientação de consumidores.

    As penalidades por infrações às normas antitruste na UE podem alcançar até 10% da receita anual de uma empresa. Embora a investigação sobre a Meta não tenha prazo definido para ser concluída, historicamente, esses processos podem durar vários anos.

    Segundo Teresa Ribera, Comissária da Concorrência da UE, o objetivo da investigação é proteger tanto os cidadãos quanto as empresas europeias, assegurando que todos possam se beneficiar dos avanços tecnológicos sem que empresas já estabelecidas abusem de seu poder no mercado.

    A investigação abrangerá a totalidade do EEE, exceto a Itália, para evitar conflitos com processos semelhantes em andamento naquele país.

    Share.