No filme Mastermind, o ator Josh O’Connor interpreta Mooney, um artista insatisfeito que tem dificuldade em se encontrar na vida. Ele vive pedindo dinheiro à mãe, prometendo que mudará de rumo. Mooney se junta a um grupo de amigos para planejar um assalto a um museu local, onde desejam roubar obras do pintor Arthur Dove, um dos primeiros artistas americanos a explorar a abstração. Este episódio inusitado, que parece cômico e surreal, é baseado em uma história real que ocorreu em 1972 no Worcester Art Museum, em Massachusetts. O filme é dirigido por Kelly Reichardt e, nas mãos de O’Connor, se transforma em um estudo profundo de caráter.
Josh O’Connor, que ficou conhecido pelo papel do Príncipe Charles na série The Crown, agora se destaca em várias produções, incluindo o novo filme de Steven Spielberg. Em uma entrevista durante o Festival de Cannes, ele falou sobre sua carreira e a experiência de atuar. O’Connor mencionou que, como ator, passa grande parte do tempo sem trabalhar, dedicando-se a testes e empregos paralelos enquanto tenta se estabelecer na profissão. Ele considera um privilégio fazer parte de projetos significativos e descreve o momento de compartilhar um filme com o público como uma verdadeira catarse.
Ao refletir sobre sua trajetória de 2017, quando atuou em Reino de Deus, até seus trabalhos atual, O’Connor revela que a transição foi rápida e surpreendente. Ele sente que cada personagem que interpreta deixa uma marca em sua vida e identidade, contribuindo para sua formação pessoal e profissional. Malgrado pressões, ele continua a buscar oportunidades e afirma que suas experiências em diferentes papéis se entrelaçam, criando uma rica tapeçaria de memórias.
Em relação à preparação para Mastermind, O’Connor falou sobre o desafio de adotar o sotaque americano, lembrando que cresceu ouvindo o inglês dos filmes e programas de TV dos EUA. O ator revela que utiliza um processo cuidadoso para aperfeiçoar sua voz. Ele valoriza o aspecto vocal de um personagem como fundamental para sua interpretação.
O’Connor também descreve seu método de atuação, que envolve criar um álbum de recortes com imagens e ideias que ajudam a construir a vida de seus personagens. Ele se inspira constantemente em outros atores, aprendendo e incorporando elementos do trabalho deles em seu próprio estilo. O ator considera esse intercâmbio de ideias essencial para seu crescimento profissional.
Durante a preparação para Mastermind, O’Connor criou um extenso caderno com desenhos das obras de Arthur Dove e reflexões sobre o próprio personagem, que lida com questões de autoestima e a pressão de desempenhar papéis esperados durante a vida. Ele também mencionou a importância dos figurinos, que refletem o desleixo e a complexidade de sua persona.
Além de Mastermind, O’Connor também participa do drama A História do Som, que se passa entre as duas guerras mundiais. Ele se sente atraído por histórias que abordam o trauma e a culpa do sobrevivente, explorando o impacto emocional deixado por conflitos históricos na vida das pessoas. O ator se mostra comprometido em trazer à tona a dificuldade de encontrar um caminho completo para viver e se conectar com o mundo ao seu redor.
