A mitologia romana estuda as lendas da Roma Antiga, que ajudam a explicar a origem do mundo, fenômenos da natureza e as emoções humanas. Essa mitologia tem suas raízes no século VIII a.C. e começou a se desenvolver na península itálica, ficando forte por mais de mil anos.

    Com o tempo, os romanos foram adaptando suas histórias, incorporando elementos de outras culturas, como a etrusca, egípcia, fenícia, frígia e, especialmente, a grega. Essa mistura fez com que a mitologia se tornasse bastante rica e variada.

    Detalhe de estátua de Netuno
    Detalhe da estátua de Netuno, divindade romana, localizada em Florença, Itália.

    Principais deuses romanos

    A mitologia romana foi fortemente influenciada pela grega. Os romanos adaptaram muitos dos deuses gregos à sua cultura, mudando seus nomes, mas mantendo as características. Aqui estão alguns dos deuses mais importantes:

    Deuses Romanos Nome Grego Atribuições
    Júpiter Zeus Rei dos deuses e pai de muitos. Era considerado a autoridade suprema.
    Juno Hera Rainha dos deuses e mulher de Júpiter, cuidava do casamento e da família.
    Netuno Poseidon Deus dos mares e oceanos, controlava tempestades e protegia os navegantes.
    Vênus Afrodite Deusa do amor, da beleza e da fertilidade.
    Marte Ares Deus da guerra, simbolizava força e bravura, mas também destruição.
    Minerva Atena Deusa da sabedoria e das artes, além de estratégia militar.
    Mercúrio Hermes Mensageiro dos deuses, ligado ao comércio e à esperteza.
    Ceres Deméter Deusa da agricultura e das colheitas.
    Febo Apolo Deus da luz e da música, representava a beleza masculina.
    Diana Ártemis Deusa da caça e da lua, conhecida pela sua força e independência.
    Vulcano Hefesto Deus do fogo e dos ferreiros.
    Vesta Héstia Deusa do lar e do fogo sagrado.
    Plutão Hades Deus do submundo e da morte.
    Baco Dionísio Deus do vinho e da festa.
    Cupido Eros Deus do amor, filho de Vênus.
    Quirino Jano Deus que representava o Estado romano.

    Apesar de muitos deuses terem funções semelhantes, existem diferenças entre as versões romanas e gregas. Atena, por exemplo, é a deusa da sabedoria e da guerra justa na mitologia grega, enquanto Minerva é mais ligada à sabedoria e ao artesanato nos romanos.

    Religião Romana

    A religião romana era adaptável e evoluía com o tempo, absorvendo práticas de outras culturas, especialmente a grega. Também teve influência dos etruscos, principalmente em rituais e práticas de adivinhação.

    Os romanos viam a religião como parte essencial da vida, afetando aspectos como política, família e cotidiano. Eles acreditavam que os deuses estavam sempre ao seu redor e que era necessário ter uma boa relação com eles para garantir proteção e prosperidade.

    As práticas religiosas eram rituais e aconteciam em várias ocasiões, tanto em lugares públicos quanto em casa. Para os romanos, era vital agradar os deuses, realizando oferendas, orações e festivais, além de sacrifícios feitos por sacerdotes e pelo povo.

    Templo de Saturno
    Ruínas do templo de Saturno em Roma, Itália.

    Númen, Pax Deorum e a Tríade Capitalina

    Os romanos acreditavam que tudo no mundo tinha uma força divina chamada númen. Essa ideia os levava a buscar harmonia com os deuses por meio do Pax Deorum, um pacto que incluía rituais, sacrifícios e oferendas.

    No coração da mitologia romana estava a tríade capitolina: Júpiter (rei dos deuses), Marte (deus da guerra) e Quirino (deus do Estado). Juntos, eles formavam a base da devoção romana.

    Declínio e Legado

    Com a chegada do Cristianismo no século IV d.C., a religião romana começou a entrar em declínio. O Cristianismo, com sua mensagem única, foi cada vez mais aceito, ao passo que a antiga religião romana foi aos poucos abandonada.

    Ainda assim, a religião romana deixou sua marca na cultura ocidental. Influenciou diversas áreas, como arte, literatura e filosofia, e suas ideias moldaram a civilização ocidental de formas que sentimos até hoje.

    Mito da fundação de Roma

    Estátua da loba capitolina amamentando Rômulo e Remo
    Estátua da loba capitolina amamentando os gêmeos Rômulo e Remo em Roma, Itália.

    O mito da fundação de Roma é contado através da lenda de Rômulo e Remo, gêmeos filhos do deus Marte e da princesa Reia Sílvia. Eles foram abandonados às margens do rio Tibre por seu tio Amúlio, que queria usurpar o trono.

    Uma loba capitolina encontrou os gêmeos e os criou até que um pastor os encontrasse. Crescidos, decidiram fundar uma cidade. Rômulo queria chamar a nova cidade de Roma no Palatino, enquanto Remo preferia o nome Remora no Aventino. Eles consultaram os auspícios, que indicaram o Palatino.

    Inconformado, Remo fez brincadeiras com a muralha que Rômulo havia construído e acabou sendo morto por ele. Assim, Rômulo fundou Roma no Palatino em 753 a.C., tornando-se o seu primeiro rei e estabelecendo as bases para a grandeza futura de Roma.

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