Balanço do Ano para as Crianças no Brasil: Avanços e Desafios
No final e início de ano, é comum refletir sobre os desafios e conquistas do ano que passou e as expectativas para o próximo. No contexto das crianças brasileiras, esse balanço revela tanto boas quanto más notícias.
Um dado preocupante é o aumento das mortes de crianças menores de cinco anos devido a doenças que podem ser prevenidas com vacinas. No entanto, há um aspecto positivo: as taxas de imunização, que estavam em queda, começaram a se recuperar. Além disso, o Programa Nacional de Imunizações anunciou que a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) será disponibilizada para todas as gestantes, o que é um avanço importante para a saúde infantil. O VSR é responsável por uma grande parte dos casos de bronquiolite e pneumonia em crianças pequenas, especialmente durante os meses mais frios.
Outro ponto importante é a questão da alimentação. Embora o Brasil tenha saído do Mapa da Fome, ainda existem cerca de 7 milhões de brasileiros enfrentando insegurança alimentar severa, o que significa que não conseguem fazer três refeições diárias. Ao mesmo tempo, o país enfrenta um aumento no número de pessoas com sobrepeso, que já soma 46 milhões. Especialistas apontam que a pobreza e a falta de dinheiro obrigam muitas famílias a optarem por alimentos mais baratos, menos saudáveis e mais processados. A obesidade, segundo especialistas, é uma preocupação crescente e mais difícil de ser resolvida do que a fome.
A pobreza é um problema sério que afeta muitas crianças no Brasil, com a falta de saneamento básico sendo uma das maiores dificuldades. Essa privação impacta negativamente a saúde, o aprendizado e as perspectivas futuras das crianças, podendo levar a problemas de saúde mental e limitações na vida profissional. Em contrapartida, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país pode oferecer novas oportunidades no futuro.
Com a COP30 se aproximando, as mudanças climáticas também estão no centro das discussões. A saúde das crianças é profundamente afetada por questões ambientais, sendo que a poluição é uma das principais causas de doenças infantis. Estima-se que 92% das mortes relacionadas à poluição ocorram em países em desenvolvimento, e o Brasil é parte dessa realidade. Os efeitos das mudanças climáticas, como ondas de calor e aumento de doenças transmitidas por vetores, têm um impacto desproporcional nas crianças, especialmente nas mais vulneráveis.
Em um panorama tão complexo, é importante reconhecer que não há soluções simples. A situação exige ações pensadas a médio e longo prazo, cuidadosamente planejadas. Com as eleições de 2026 se aproximando, é um momento crucial para que a sociedade reflita sobre o futuro que deseja para as crianças. Essas crianças de hoje serão os adultos de amanhã e merecem um ambiente que priorize seu desenvolvimento e bem-estar.
Por fim, é essencial lembrar que o direito à infância saudável deve ser uma prioridade. A Fundação José Luiz Setúbal reafirma seu compromisso com o futuro das crianças, buscando promover um ambiente saudável e seguro para a próxima geração.
