A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro anunciou uma importante mudança em sua gestão: a partir de janeiro de 2026, será eliminado o uso de papel na rede municipal de saúde. A decisão foi formalizada com a assinatura da Resolução SMS nº 6651 pelo secretário Daniel Soranz, que acredita que essa transformação pode gerar uma economia de R$ 32 milhões por ano.

    Com a digitalização dos serviços de saúde, todas as comunicações entre as unidades e os cidadãos serão feitas por meios eletrônicos, como e-mails institucionais, serviços de mensagens como WhatsApp e Telegram, além de sistemas internos da Secretaria. Essa medida visa não apenas a economia financeira, mas também a preservação do meio ambiente, evitando o desperdício de cerca de 160 milhões de folhas de papel anualmente.

    De acordo com a nova resolução, exames, documentos clínicos e administrativos deverão ser enviados apenas em formato digital. Para garantir que as informações sejam integradas de forma eficaz, o CPF do remetente será usado como identificador único no Histório Clínico Integrado (HCI). Esse sistema permitirá que médicos acessem rapidamente todas as informações sobre seus pacientes, facilitando diagnósticos e evitando a repetição de exames desnecessários.

    A digitalização também promete agilizar processos administrativos, permitindo que candidatos de processos seletivos entreguem documentos online e acompanhem suas solicitações em tempo real. Os documentos pessoais impressos antes de janeiro de 2026 serão devolvidos a seus respectivos titulares, para evitar o acúmulo de arquivos físicos.

    Além de aumentar a eficiência, a nova abordagem deve melhorar a transparência e a credibilidade nas seleções públicas. A digitalização facilitará auditorias e reduzirá o risco de perder documentos importantes. A Resolução está alinhada com as normas de proteção de dados, utilizando criptografia e controle de acesso para proteger informações sensíveis dos pacientes.

    A implementação da digitalização é respaldada por legislações já existentes, como o Decreto Rio nº 54844, de julho de 2024. As subsecretarias e gerências serão responsáveis por informar servidores e usuários sobre as novas diretrizes, garantindo que todos tenham acesso a essas informações.

    Para facilitar essa transição, a Prefeitura planeja capacitar os servidores para o uso eficaz das ferramentas digitais, assegurando assim um serviço adequado à diversidade da população carioca. Experiências internacionais, como as de Dinamarca, Estônia e Singapura, mostram que a digitalização pode melhorar a eficiência dos serviços de saúde, reduzindo tempos de espera e aumentando a precisão dos diagnósticos.

    Os R$ 32 milhões economizados anualmente poderão ser investidos em novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), na compra de ambulâncias, equipamentos médicos ou na capacitação de profissionais. A redução na utilização de papel também contribui para diminuir a pegada de carbono, minimizando o transporte, armazenamento e descarte de documentos físicos, além de economizar em impressão e espaço físico.

    Com essas mudanças, a Secretaria Municipal de Saúde busca modernizar seus processos e oferecer um atendimento mais ágil e eficiente à população.

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