O embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, afirmou que os Estados Unidos estão impondo à nação caribenha a “maior extorsão” de sua história. A declaração ocorreu no Conselho de Segurança da ONU, onde se discutia a pressão militar e econômica dos EUA sobre a Venezuela.
Moncada ressaltou que os EUA estão operando fora das normas do direito internacional, exigindo que os venezuelanos abandonem seu país e entreguem seus recursos. Em seu discurso, ele descreveu a situação como “extorsão sem precedentes”.
Por outro lado, durante a mesma reunião, Rússia e China criticaram a postura americana, caracterizando-a como “comportamento de caubói” e “intimidação”. A Rússia denunciou a pressão dos EUA e chamou o bloqueio naval americano de “agressão flagrante”, afirmando que essas ações violam normas internacionais fundamentais.
Desde agosto, os Estados Unidos mantêm uma frota de guerra no Caribe e anunciaram restrições para impedir a exportação de petróleo venezuelano. O governo americano, sob a liderança do ex-presidente Donald Trump, acusa Caracas de usar a venda de petróleo para financiar atividades ilícitas, como narcotráfico e sequestros. A Venezuela, por sua vez, nega qualquer envolvimento com o crime organizado e vê as ações de Washington como uma tentativa de derrubar o presidente Nicolás Maduro e controlar suas grandes reservas de petróleo, as maiores do mundo.
O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, e o representante chinês, Sun Lei, reforçaram a oposição de seus países ao que consideram atos unilaterais dos EUA. Nebenzia enfatizou que a responsabilidade pelas consequências da pressão americana é clara, enquanto Lei manifestou apoio à soberania nacional da Venezuela.
Em resposta, o embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, reafirmou as acusações contra Maduro, chamando-o de fugitivo procurado e líder de uma organização terrorista. Ele também mencionou que a recompensa por informações que levem à captura de Maduro foi elevada para 50 milhões de dólares.
Essa tensão crescente entre os países levanta questões sobre o cumprimento do direito internacional e o futuro político da Venezuela em meio a um cenário de pressões externas e internas.
