O Ministério da Saúde anunciou um aumento significativo no número de profissionais do Programa Mais Médicos nos últimos três anos, passando de 13,7 mil para 27,3 mil médicos. Essa ampliação tem fortalecido o Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo maior cobertura e melhoria na assistência à saúde em comunidades onde a vulnerabilidade é alta. A presença desses médicos beneficia cerca de 67 milhões de brasileiros, com um aumento de 30% no número de atendimentos na Atenção Primária — a porta de entrada do SUS — que subiu de 23,9 milhões para mais de 31 milhões por ano.
Nas comunidades indígenas, a situação é ainda mais positiva. O número de médicos nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) mais que dobrou, passando de 325 em 2022 para 706 em 2025. Essa mudança tem melhorado o acesso à saúde básica em áreas frequentemente negligenciadas.
Os resultados do programa são notáveis, especialmente nos municípios mais vulneráveis, onde houve uma redução nas internações por condições que poderiam ser evitadas com cuidados adequados, como insuficiência cardíaca e asma. Entre 2022 e 2025, estudos indicaram uma queda de 2,3% nas internações evitáveis para pessoas com idade entre 0 e 64 anos, sendo que a diminuição foi mais significativa entre crianças de 0 a 4 anos (3,7%) e adultos de 20 a 64 anos (3,1%).
Além de aumentar a qualidade do atendimento, o Programa Mais Médicos também tem sido importante para a permanência de médicos em áreas de pequeno porte, rurais e periféricas. Em 2024, a média de permanência dos profissionais foi de pelo menos nove meses na Região Norte, contrastando com cinco meses para médicos que não participam do programa. Essa estabilidade é crucial para fortalecer os laços entre os médicos, as equipes de saúde e a população.
A rotatividade entre médicos não vinculados ao programa chegou a 118,6% em 2022, indicando um problema para os gestores locais. Por outro lado, os profissionais do Programa Mais Médicos apresentaram taxas de rotatividade muito menores, entre 75,2% e 91,1%.
Recentemente, o Ministério da Saúde tem se empenhado em melhorar o programa, estabelecendo ações de transparência, como o lançamento do Painel de Monitoramento do Mais Médicos. Essa ferramenta permite acompanhar as informações sobre a alocação de médicos, a cobertura assistencial e a fixação de profissionais nas áreas atendidas. Além disso, parcerias com universidades estão sendo feitas para desenvolver indicadores e aprimorar os resultados em saúde.
Criado em 2013, o Programa Mais Médicos é essencial para promover maior equidade na distribuição de profissionais de saúde, especialmente em regiões que historicamente carecem desses serviços. O programa não apenas fornece médicos, mas também contribui para a formação profissional, integrando ensino e prática. Essa estrutura favorece a melhoria contínua da qualidade do atendimento e a sustentabilidade do SUS, resultando em benefícios significativos para a saúde da população e na redução das desigualdades regionais.
