O Programa Mais Médicos, uma iniciativa do Ministério da Saúde, teve um aumento significativo de 99% no número de profissionais ativos nos últimos três anos, passando de 13,7 mil para 27,3 mil médicos. Essa expansão tem permitido ao Sistema Único de Saúde (SUS) melhorar a cobertura e a qualidade da assistência na Atenção Primária à Saúde em aproximadamente 4,5 mil municípios.
Com cerca de 67 milhões de brasileiros tendo acesso a cuidados mais equitativos, houve um aumento de 30% nos atendimentos na Atenção Primária entre 2022 e 2025, subindo de 23,9 milhões para mais de 31 milhões de atendimentos anuais. Esse crescimento é atribuído, principalmente, ao trabalho dos médicos que compõem as 60,4 mil equipes de Saúde da Família.
Nas áreas indígenas, a situação é ainda melhor. O número de médicos atuando nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) dobrou, passando de 325 em 2022 para 706 em 2025. Isso significa que mais indígenas têm acesso a serviços de saúde que antes não eram disponíveis.
Aumento no número de médicos também contribuiu para a redução de internações hospitalares e óbitos em municípios vulneráveis. Os dados mostram uma diminuição de 2,3% nas internações por condições sensíveis à Atenção Primária, como insuficiência cardíaca e asma, principalmente entre crianças e adultos jovens. Municípios onde o programa tem mais médicos observaram as maiores quedas nas internações e nas taxas de mortalidade infantil.
Um dos objetivos do Mais Médicos é fixar profissionais em áreas com maior vulnerabilidade, como pequenas cidades, zonas rurais e periferias. Em 2024, a média de permanência dos médicos do programa foi superior a nove meses na Região Norte, enquanto os que não participam do programa permanecem por cerca de cinco meses.
Além disso, o programa tem se empenhado em reduzir a rotatividade dos profissionais. No ano passado, a taxa de desligamentos entre médicos que não fazem parte do Mais Médicos foi de 118,6%, enquanto entre os médicos do programa essa taxa foi consideravelmente menor, variando entre 75,2% e 91,1% dependendo da região.
Para garantir a eficiência do programa, o Ministério da Saúde tem trabalhado na transparência e no monitoramento das ações do Mais Médicos. Desde 2023, uma nova ferramenta de monitoramento foi lançada para melhorar a alocação de médicos e a cobertura de serviços.
O relatório de 2024 aponta que o programa tem avançado em diversas frentes, incluindo a parceria com universidades para desenvolver indicadores e estratégias que ajudem na fixação de profissionais nas áreas mais necessitadas.
Desde sua criação em 2013, o Mais Médicos tem contribuído para a melhoria da distribuição de profissionais de saúde, promovendo um acesso mais igualitário aos serviços de saúde, especialmente em regiões carentes. O programa não apenas atende às necessidades emergenciais, mas também se preocupa com a formação contínua dos profissionais, o que fortalece o Sistema Único de Saúde e melhora a qualidade do atendimento à população.
