Um estudo realizado em parceria entre a Embrapa e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul destacou o potencial do umbu como uma importante matéria-prima. O umbu é um fruto pequeno e arredondado, que possui uma casca fina, podendo ser lisa ou levemente aveludada. Sua polpa é amarela-esverdeada, suculenta e apresenta um sabor que combina doce e ácido, tornando-o versátil para diversas receitas.
Segundo a professora Juliane Welke, ao longo da pesquisa, foram investigados pela primeira vez os compostos fenólicos do umbu, tanto os que podem ser extraídos por métodos tradicionais quanto aqueles considerados não extraíveis. De acordo com a doutoranda Rafaela Silveira, esses compostos podem ajudar a neutralizar radicais livres, que estão associados ao envelhecimento celular e a algumas doenças graves, como câncer e doenças cardíacas.
O estudo identificou um total de dezenove compostos fenólicos e um ácido orgânico, com destaque para flavonoides como a miricetina, rutina, quercetina e kaempferol. Essas moléculas são conhecidas por seus efeitos benéficos, que incluem propriedades anti-inflamatórias e cardioprotetoras, além de ajudar a combater o estresse oxidativo.
Além do uso na alimentação, o umbu tem aplicações na área farmacêutica. A pesquisa também descobriu a presença de 26 terpenos, além de outros compostos como álcoois, ésteres, ácidos e cetonas. Entre esses, estão citral, β-linalol, nerol e p-cimeno, que são os responsáveis pelo aroma característico do umbu, que mistura notas cítricas, florais e doces.
O aproveitamento integral do umbu pode ser uma contribuição significativa para a economia circular, especialmente no semiárido, uma região que enfrenta desafios relacionados à falta de água. Atualmente, a fruta é comercializada na forma de polpa, sendo usada na produção de geleias, compotas, sorvetes, sucos, licores e até cervejas por cooperativas locais.
O umbuzeiro, árvore que produz o umbu, é um patrimônio cultural do semiárido, pois tem a capacidade de armazenar água em suas raízes, permitindo que sobreviva às longas secas. O nome “umbu” tem origem no tupi-guarani e significa “árvore que dá de beber”, em referência à água disponível no fruto.
Além de ser saboroso, o umbu é rico em vitaminas A e C, que ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a proteger o corpo contra infecções. Ele também contém antioxidantes que combatem radicais livres e têm um papel importante na prevenção do envelhecimento precoce e de doenças.
O fruto é ainda uma fonte de cálcio e fósforo, essenciais para a saúde dos ossos, e contribui para a saúde digestiva graças ao seu teor de fibras. As fibras presentes no umbu ajudam a regular o funcionamento intestinal e podem auxiliar no controle do peso ao promover a sensação de saciedade.
Estudos apontam também que o extrato das folhas do umbu possui propriedades anti-inflamatórias e antifúngicas. Já o ferro encontrado no fruto é importante para a formação do sangue e no combate à anemia.
Um produto interessante que surge da combinação do umbu com a produção artesanal é a cerveja de umbu. Essa bebida une os sabores cítricos e refrescantes do fruto às características do malte, lúpulo e levedura, resultando em uma opção inovadora no mercado de bebidas.
