Autoridades e banqueiros de Brasília relatam ter recebido informações sobre uma possível pressão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, sobre o Banco Central. Esses relatos sugerem que Moraes teria manifestado interesse nas investigações do caso envolvendo o Banco Master.

    Segundo informações, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, teria informado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre essa situação, recebendo uma orientação para agir conforme necessário.

    A esposa de Moraes, Viviane Barci de Moraes, é advogada do Banco Master. O escritório dela teria firmado um contrato no valor de R$ 129 milhões com a instituição financeira, conforme relatos de mídia.

    Essas alegações chegaram aos altos escalões da PF. No entanto, Andrei Rodrigues negou que tenha conversado com Moraes sobre o assunto, afirmando que as informações divulgadas não são verdadeiras. Ele reforçou que mantém conversas frequentes com o ministro, mas que o tema do Banco Master nunca foi abordado. Rodrigues também afirmou que não discutiu o assunto com Lula.

    A assessoria do STF informou que Alexandre de Moraes nega qualquer tentativa de intervenção relacionada ao Banco Master. Em setembro, a PF prendeu Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, que recentemente foi liquidado pelo Banco Central.

    Uma reportagem publicada recentemente indicou que Moraes teria feito perguntas ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a venda do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB) em pelo menos três ocasiões, além de ter realizado uma reunião pessoalmente. Moraes, por sua vez, negou qualquer pressão sobre Galípolo.

    O STF declarou que as conversas entre Moraes e o presidente do Banco Central foram exclusivamente sobre as sanções aplicadas pela Lei Magnitsky, e não houve qualquer ligação ou discussão sobre o Banco Master. O Banco Central confirmaram apenas um encontro sobre a Lei Magnitsky, sem esclarecer se outros assuntos foram tratados.

    Em uma nota, o ministro Alexandre de Moraes detalhou que teve duas reuniões com o presidente do Banco Central para discutir os efeitos da Lei Magnitsky, sem tratar do Banco Master. Ele também afirmou que nunca esteve presente no Banco Central pessoalmente e que não houve comunicação telefônica entre eles sobre esse assunto. Além disso, destacou que o escritório da sua esposa não atuou na operação de aquisição do Banco Master pelo BRB.

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