Uma onda de calor atinge diversas regiões do país desde o início da semana, com temperaturas que podem chegar a 40ºC. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) anunciou na sexta-feira (26) que elevou o alerta de “Perigo” para “Grande Perigo” em sete estados: Rio de Janeiro, São Paulo, e em partes do Centro-Oeste e Sul. O fenômeno, que estava previsto para acabar em 29 de outubro, agora pode se estender até às 18h do mesmo dia. O Inmet informa que as temperaturas estão, em média, 5ºC acima do normal, o que traz sérios riscos à saúde da população.
As altas temperaturas são consideradas um dos principais problemas de saúde pública atualmente. Cientistas alertam que as pessoas podem morrer em decorrência do calor, e a questão precisa ser tratada com seriedade. Um estudo revela que, em pacientes com problemas renais, 7% das internações no Sistema Único de Saúde (SUS) são atribuídas a condições relacionadas ao calor.
Dentre os riscos à saúde, a insolação é uma das mais preocupantes. Esse quadro acontece quando a temperatura corporal ultrapassa os 40ºC, resultando na incapacidade do organismo de regular sua temperatura. Os sintomas incluem elevação da temperatura, pele avermelhada e seca, dor de cabeça, tonturas, náuseas, confusão mental e, em casos mais graves, perda de consciência.
Outro problema comum é a desidratação, que ocorre devido à perda excessiva de água e eletrólitos, promovida pelo calor intenso e suor. A exaustão pelo calor pode se manifestar com sintomas semelhantes aos da insolação, como fraqueza, dor de cabeça, náusea e tontura.
As altas temperaturas também podem agravar doenças preexistentes, afetando gravemente órgãos vitais como cérebro, coração, rins, fígado, pulmões, intestinos e pâncreas. O corpo humano conta com dois principais mecanismos para regular a temperatura: a dilatação dos vasos sanguíneos e o suor. Quando esses mecanismos falham, o calor extremo pode se tornar fatal.
Um estudo da Universidade do Havaí descreve 27 maneiras pelas quais o calor pode ser letal. As altas temperaturas podem causar problemas como isquemia, citotoxicidade, inflamação, formação de trombos e rabdomiólise, que é a destruição das fibras musculares.
Embora todos sejam suscetíveis aos efeitos do calor extremo, alguns grupos são particularmente vulneráveis, como pessoas com obesidade, mulheres, crianças, idosos, diabéticos, pacientes cardíacos e renais, além de trabalhadores expostos ao sol.
Diante desses riscos, é fundamental que a população adote medidas de prevenção. O Ministério da Saúde recomenda 22 cuidados essenciais para evitar complicações relacionadas ao calor, entre os quais se destacam:
1. Evitar a exposição direta ao sol, especialmente das 10h às 16h.
2. Usar protetor solar para evitar queimaduras.
3. Usar chapéus e óculos escuros, principalmente pessoas com pele clara.
4. Proteger as crianças com chapéus de abas largas.
5. Usar roupas leves que permitam a ventilação.
6. Reduzir esforços físicos e descansar em locais frescos e sombreados.
7. Deixar janelas abertas em veículos sem ar-condicionado.
8. Não deixar crianças ou animais em veículos estacionados.
9. Aumentar a ingestão de água ou sucos naturais, mesmo sem sede.
10. Evitar bebidas alcoólicas e açucaradas.
11. Fazer refeições leves e mais frequentes.
12. Oferecer água a recém-nascidos, crianças, idosos e pessoas doentes, que podem não sentir sede.
13. Fechar cortinas e janelas expostas ao calor para manter o ambiente fresco.
14. Abrir janelas durante a noite para ventilação.
15. Usar menos roupas à noite, especialmente em bebês e pessoas acamadas.
16. Monitorar o estado de saúde de vizinhos idosos ou com problemas de saúde.
17. Manter ambientes úmidos com toalhas molhadas ou baldes de água.
18. Armazenar medicamentos em temperatura adequada.
19. Consultar um médico se houver doenças crônicas ou uso de múltiplos medicamentos.
20. Procurar ajuda médica se sentir fraqueza, tontura, sede intensa ou dor de cabeça.
21. Buscar um lugar fresco imediatamente se sentir mal, medindo a temperatura e hidratando-se.
22. Durante o calor intenso, optar por banhos com água morna, evitando mudanças bruscas de temperatura.
Essas recomendações são importantes para ajudar a população a enfrentar a atual onda de calor e proteger a saúde de todos.
