Os Hipopótamos e Seus Hábitos Aquáticos

    A palavra “hipopótamo” vem do grego e significa “cavalo do rio”. Isso faz sentido, pois esses animais passam cerca de 16 horas por dia na água. Mas, surpreendentemente, hipopótamos não conseguem nadar ou flutuar. A densidade dos seus ossos e seus corpos pesados fazem com que eles afundem. Além disso, suas pernas curtas e seu formato robusto não ajudam na movimentação na água, como acontece com outros mamíferos aquáticos.

    Apesar disso, os hipopótamos conseguem se manter em pé no fundo dos rios e lagos, se movendo ou até mesmo pulando no fundo. Com os olhos e as narinas posicionados no alto de suas cabeças, eles conseguem ver e respirar enquanto ficam quase totalmente submersos.

    Eles preferem águas rasas, com cerca de 1,80 metros de profundidade. Porém, já foram vistos em locais com até 12 metros de profundidade. Nesses casos, eles se impulsionam para cima, saltando do fundo, como os golfinhos. Mesmo quando dormem, eles podem segurar a respiração por até cinco minutos. Depois, um reflexo faz com que subam à superfície para respirar, assim conseguem descansar sem se afogar.

    A água é fundamental para a sobrevivência deles. Ficar submerso ajuda a proteger a pele sensível do hipopótamo do calor intenso do sol africano. Quando cai a noite, eles saem da água e passam cerca de oito horas em terra firme, se alimentando de grama antes de voltarem para o seu habitat aquático ao amanhecer.

    A História de Uma Canção e um Hipopótamo

    Em 1953, uma menina de 10 anos, Gayla Peevey, gravou uma música natalina que ficou famosa: “I Want a Hippopotamus for Christmas” (Eu Quero um Hipopótamo para o Natal). Depois que a canção virou um sucesso, um zoológico em Oklahoma City se juntou a um jornal local para arrecadar fundos. O objetivo era presenteá-la com um hipopótamo, exatamente como ela cantava na música.

    O apoio do público foi tão grande que, no Natal daquele ano, um filhote de hipopótamo chamado Mathilda foi enviado para Oklahoma City. Gayla doou o hipopótamo ao Lincoln Park Zoo, tornando Mathilda o primeiro hipopótamo do zoológico. Ela ainda apareceu em várias entrevistas ao lado de tratadores, celebrando a chegada de sua nova amiga.

    Curiosidades Sobre os Hipopótamos

    Esses animais, além de não nadarem, têm uma série de características interessantes. Por exemplo, os hipopótamos são conhecidos por serem bastante territoriais. Durante o dia, ficam em grupos em áreas aquáticas, mas à noite é quando se aventuram em busca de comida.

    Os hipopótamos podem pesar até 1.500 quilos e atingir cerca de 4 metros de comprimento. Seu grande tamanho e peso contribuem para a sua autoridade na água. Apesar do que se pode pensar, eles são bastante rápidos e podem correr até 30 km/h em terra, o que os torna perigosos se ameaçados.

    Além de sua adaptabilidade à água, a pele do hipopótamo é bastante densa e secreta um tipo de óleo que os protege do sol e a mantém hidratada. Essa proteção é fundamental, já que eles não têm a capacidade de suar como os humanos. Assim, a água funciona como um filtro natural para a proteção de sua pele.

    Um aspecto interessante é que, enquanto passam muito tempo na água, os hipopótamos também precisam de um tipo de descanso nas margens. Assim, eles se revezam entre estar dentro da água e fora dela, garantindo uma alimentação adequada e mantendo-se protegidos.

    Comportamento e Comunicação

    Os hipopótamos se comunicam com outros da sua espécie com uma variedade de sons, incluindo grunhidos e até mesmo assobios. Essa comunicação é importante, especialmente quando estão em grupos grandes. Através desses sons, eles conseguem alertar sobre perigos e se conectar durante o forrageio.

    Além disso, a hierarquia nos grupos de hipopótamos é bastante marcante. Os machos dominantes geralmente conseguem espaço e as melhores áreas de alimentação. As fêmeas ficam agrupadas e se protegem mutuamente, criando um ambiente de cooperação no grupo.

    Outra curiosidade é que a reprodução dos hipopótamos é bem interessante. Os filhotes nascem na água e podem até ser encontrados nadando pouco após o parto. As mães são muito protetoras e cuidam de seus filhotes com atenção total nos primeiros anos de vida. O vínculo entre mãe e filho é muito forte, garantindo que o filhote tenha todas as chances de sobreviver em um ambiente potencialmente hostil.

    Conclusão

    Apesar de sua imagem de animais adoráveis e engraçados, os hipopótamos devem ser tratados com respeito. Eles podem ser altamente perigosos e têm comportamentos imprevisíveis, especialmente quando se sentem ameaçados. Para os amantes da natureza e da vida selvagem, conhecer e entender esses gigantes aquáticos enriquece a compreensão sobre a biodiversidade do nosso planeta.

    Os hipopótamos são um exemplo perfeito de como a natureza pode criar criaturas incríveis, adaptadas a ambientes específicos, mesmo que de maneiras não convencionais. Assim, ao aprendermos mais sobre eles, podemos também apreciar melhor a vida selvagem e a importância de preservar seus habitats.

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