A Descoberta Impressionante de Um Marco Funerário Romano em Nova Orleans

    Recentemente, Daniella Santoro, antropóloga da Universidade de Tulane, e seu marido, Aaron Lorenz, estavam limpando o quintal da casa deles em Nova Orleans quando fizeram uma descoberta surpreendente: um antigo marco funerário de um soldado romano chamado Sextus Congenius Verus, que morreu há cerca de 1.900 anos. Esse achado inusitado não apenas gerou curiosidade na comunidade local, mas também despertou o interesse de acadêmicos, profissionais de museus e até mesmo do FBI, que agora estão investigando sua origem.

    A Origem da Descoberta

    No início de 2025, enquanto estavam no quintal, Daniella e Aaron se depararam com uma laje de mármore com inscrições em latim. Ao perceber que se tratava de algo significativo, Daniella decidiu entrar em contato com Ryan Gray, um arqueólogo da Universidade de Nova Orleans. A preocupação inicial do casal era que sua casa pudesse estar em cima de um antigo cemitério do século 18 ou 19, que havia sido esquecido.

    Gray, no entanto, mencionou que, embora existam alguns cemitérios perdidos na cidade, a inscrição na pedra era um indicativo da sua real importância. De fato, a inscrição na laje se revelou uma peça chave na investigação.

    A Investigação Começa

    Ryan Gray não só documentou a laje, mas também a enviou para Harald Stadler, professor da Universidade de Innsbruck, que, por sua vez, compartilhou as fotos com um especialista em latim. Ao mesmo tempo, Daniella também consultou Susann Lusnia, colega na Universidade de Tulane, especialista em estudos clássicos. Tanto Lusnia quanto Stadler chegaram à mesma conclusão: a laje era um marco funerário dedicado ao soldado romano Sextus Congenius Verus.

    Mas as surpresas não pararam por aí. A laje já havia sido reportada como desaparecida do museu da cidade de Civitavecchia, na Itália, seu local de origem. Isso instigou o que Daniella chamou de “Equipe Tombstone” a trabalhar para devolver a pedra ao seu local de origem, um processo que se mostrou bastante complexo.

    O Processo de Repatriação

    Returning the gravestone to the Civitavecchia museum became a priority for everyone involved. Porém, Gray ressaltou que “a repatriaçao internacional de antiguidades é um processo complicado”. Susann Lusnia se comunicou com o museu na Itália para informá-los da descoberta, enquanto a equipe contatou Tess Davis, diretora executiva da Antiquities Coalition, que se especializa em repatriação de itens culturais. Davis, então, direcionou a Equipe Tombstone ao FBI, que cuidou do registro da laje enquanto o processo de repatriação iniciava.

    A Origem da Laje na América

    A pergunta que intrigava a todos era: como um marco funerário romano foi parar em um quintal em Nova Orleans? A análise temporal sugere que a laje provavelmente chegou à América no século 20, possivelmente após a Segunda Guerra Mundial, quando as forças militares dos EUA estiveram na Itália. Uma possibilidade levantada é que algum soldado trouxe a laje de volta como lembrança.

    No entanto, ninguém que lutou na Segunda Guerra Mundial viveu no endereço onde a laje foi encontrada, o que deixou a equipe mais intrigada.

    A História da Casa na Cambronne Street

    A casa onde a laje foi descoberta foi comprada por Frank e Selma Simon em 1909 e permaneceu com a família a maior parte do século 20. No Censo de 1940, Frank Simon trabalhava como gerente em uma sapataria e vivia com suas cinco filhas adultas. Não parecia provável que a família tivesse ido à Itália e importado a laje.

    Embora os Simons não tivessem viajado para a Europa, um vizinho que serviu na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial foi investigado, mas acabou sendo descartado, pois ele atuou no Teatro do Pacífico.

    A História de Civitavecchia e a Laje

    Enquanto isso, Lusnia visitou o museu de Civitavecchia para aprender mais sobre a região. Ela descobriu que a cidade, situada a noroeste de Roma, era um importante porto romano e permaneceu vital até o século 20. Durante a Segunda Guerra Mundial, Civitavecchia foi alvo de ataques aéreos aliados, resultando na destruição parcial do museu, que só reabriu em 1970. Durante o fechamento, muitos artefatos, incluindo a laje, foram perdidos.

    A partir desse cenário, apreciou-se que a laje poderia ter ficado sob a posse de um comerciante de antiguidades após a guerra, sendo vendida a turistas sem qualquer regulamentação relacionada à venda de antiguidades.

    Conclusão e Próximos Passos

    Atualmente, a equipe está em busca de pistas para esclarecer como a laje pode ter chegado à casa de Daniella e Aaron. Os especialistas continuam a investigar, mas as possibilidades são amplas e ainda não há respostas definitivas.

    A descoberta dessa laje não é só um tesouro arqueológico, mas também um chamado para refletir sobre a importância da preservação do patrimônio cultural e a história compartilhada entre continentes. A esperança é que a laje retorne ao seu local de origem em breve, onde poderá ser apreciada e estudada, contribuindo para a compreensão da rica história romana.

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