A China iniciou na terça-feira (30) uma série de manobras militares no Estreito de Taiwan, realizando lançamentos de foguetes e simulando um bloqueio dos portos da ilha. Este foi o segundo dia de exercícios, que têm como objetivo simular ataques a alvos marítimos, em uma demonstração de força por parte de Pequim, que considera Taiwan uma parte de seu território.
Taiwan é uma ilha com governo, força armada e moeda próprias, e apenas pouco mais de dez países a reconhecem como um estado independente. Os Estados Unidos são seu principal fornecedor de armas e garantias de segurança. A China, entretanto, ameaça usar a força para tomar o controle da ilha, uma situação que tem gerado tensões na região.
As manobras, chamadas “Missão Justiça 2025”, começaram na segunda-feira e foram amplamente condenadas pelo governo de Taiwan, que as qualificou como uma “intimidação militar”. O Exército de Libertação Popular (ELP) da China confirmou que, às 9h (22h de Brasília, segunda-feira), suas forças realizaram manobras com munição real nas águas ao norte de Taiwan.
Em um período de 24 horas, Taiwan detectou 130 aeronaves militares chinesas, além de 14 navios de guerra e oito embarcações governamentais não especificadas nas proximidades da ilha. Correspondentes na ilha chinesa de Pingtan viram pelo menos 10 foguetes sendo lançados, criando um grande estrondo e deixando rastros de fumaça no céu. Turistas no local conseguiram registrar os lançamentos.
Uma visitante de 63 anos expressou otimismo, esperando uma “unificação pacífica” entre os dois lados. Em contraste, o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, criticou as manobras chinesas, afirmando que elas enfraquecem a estabilidade regional e representam uma clara provocação à segurança e à ordem internacional.
Esses exercícios ocorrem em um momento de aumento das tensões, após os Estados Unidos anunciarem a venda de um novo pacote de armas para Taiwan. O ministério da defesa chinês alertou que tais ações são vistas como provocações, e um especialista militar afirmou que a China está enviando uma mensagem clara para os Estados Unidos e o Japão, alertando-os a não intervir caso Pequim decida usar a força contra Taiwan.
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, também criticou as vendas de armamentos dos Estados Unidos para Taiwan, afirmando que o país reagirá de forma enérgica a essa situação. Ele declarou que a China se oporia firmemente aos movimentos separatistas de Taiwan e às vendas americanas de armas.
Além disso, a China mobilizou destróieres, fragatas e bombardeiros para realizar ataques simulados e operações contra alvos marítimos, assim como manobras antiaéreas. Essas operações estão sendo realizadas em várias áreas ao redor de Taiwan e visam testar a capacidade de coordenação entre mar e terra.
Esses são os mais recentes exercícios militares da China após um evento significativo em 2022, quando uma visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan provocou uma intensa reação de Pequim. Os exercícios atuais afetaram rotas internacionais de navegação e aviação, levando o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul a pedir por paz e estabilidade na região, expressando a esperança de que as relações entre os dois lados do Estreito se desenvolvam de maneira pacífica através do diálogo e da cooperação.
