Hérnia Inguinal em Cães: Tudo que Você Precisa Saber

    Hérnia é a condição em que órgãos ou tecidos saem do lugar, passando por uma abertura na parede abdominal. Quando essa condição aparece na região da virilha dos cães, chamamos de hérnia inguinal. É um dos tipos mais comuns em pets.

    Esse problema surge quando partes dos órgãos abdominais, como o intestino ou gordura, atravessam uma fraqueza na virilha. Isso cria um caroço visível na região inferior da barriga do animal.

    A hérnia inguinal pode aparecer por diferentes motivos. Entre as causas, estão o esforço físico, traumas e fatores genéticos. Algumas raças de cães, como Bulldogs, Boxers e Schnauzers, têm maior chance de desenvolver isso.

    Na prática, a hérnia inguinal em cães é classificada em três tipos:

    1. Redutível: quando o conteúdo herniado pode ser empurrado de volta.
    2. Irredutível (presa): quando o tecido herniado não volta ao lugar.
    3. Estrangulada: é a mais grave, pois o órgão fica preso, sem receber sangue. Essa situação requer atendimento veterinário urgente.

    Se essa condição não for tratada, pode resultar em problemas sérios. Por exemplo, o intestino ou outro órgão pode ficar preso, perder a irrigação sanguínea e até necrosar. Isso pode levar à peritonite, que é uma infecção grave e com risco de morte.

    Por isso, é fundamental procurar um veterinário caso você perceba algum sinal de hérnia no seu cachorro.

    Causas da Hérnia Inguinal em Cães

    A hérnia inguinal acontece quando há fraqueza na região do anel inguinal. Essa fraqueza permite que órgãos internos, como o intestino, atravessem a virilha. As causas podem ser várias, como fatores genéticos, idade avançada e situações que aumentam a pressão abdominal.

    1. Genética: alguns cães já nascem com fraquezas ou defeitos no anel inguinal. Isso torna mais fácil o deslocamento dos órgãos. Esse tipo de hérnia pode ser hereditário e é mais comum em certas raças.

    2. Idade: cães mais velhos tendem a ter uma diminuição natural da força dos músculos e tecidos de sustentação. Assim, eles têm maior chance de desenvolver a hérnia inguinal.

    3. Fatores externos: gestações repetidas, sobrepeso, esforços intensos, tosse crônica, traumas e cirurgias anteriores podem aumentar a pressão abdominal, contribuindo para o surgimento da hérnia inguinal.

    Raças com Predisposição à Hérnia Inguinal

    A hérnia inguinal é mais frequente em algumas raças devido à predisposição genética. Cães que já nascem com fraquezas na parede muscular ou no anel inguinal estão mais propensos a desenvolver essa condição. Algumas raças com maior probabilidade de ter hérnia incluem Bulldogs e Boxers.

    Outras raças que também costumam ter hérnia inguinal são: Maltês, Cavalier King Charles Spaniel, Chihuahua e Basset Hound. Isso pode ser causado tanto pela predisposição genética, quanto por fatores como traumas ou distúrbios hormonais.

    Sinais e Sintomas da Hérnia Inguinal em Cães

    O sintoma mais visível da hérnia inguinal é um caroço ou abaulamento na virilha ou na parte inferior da barriga. Esse nódulo pode ser de diferentes tamanhos e, ao toque, pode parecer macio ou firme. Mesmo que nem sempre cause dor, é um sinal claro da condição.

    É muito importante não tentar empurrar o caroço para dentro. Isso pode agravar a situação, especialmente se a hérnia for do tipo estrangulada, onde um órgão fica preso, sem circulação.

    Caso você perceba o caroço, procure logo um veterinário para avaliar e tratar adequadamente.

    Outros sinais da hérnia inguinal em cães incluem:

    • Aumento do volume na barriga.
    • Desconforto ao toque.
    • Dificuldade para andar ou sentar.
    • Vômitos e falta de apetite.
    • Dor abdominal.
    • Febre e apatia (em casos complicados).
    • Ladridos ou choros ao se deitar.
    • Mudança de postura para proteger a barriga.

    Observação Diária do Tutor

    No dia a dia, é bom ficar atento a alguns sinais importantes:

    1. Verifique se o caroço muda de tamanho quando o cão se movimenta.
    2. Observe se o animal lambe a região com frequência.
    3. Repare se há assimetria visível na virilha ou abdômen.
    4. Veja se o pet demonstra dor ao toque.
    5. Avalie se ele apresenta febre, fraqueza ou falta de apetite.

    Essas observações ajudam o veterinário a diferenciar uma hérnia simples de uma hérnia estrangulada.

    Doenças Semelhantes à Hérnia Inguinal

    Algumas condições podem parecer hérnias, mas causam caroços abdominais:

    • Lipoma: tumor benigno de gordura que aparece sob a pele. Geralmente é móvel e não causa dor.
    • Abscesso: doroso e quente, pode drenar secreção. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo.
    • Nódulos Mamários: associados a glândulas mamárias de fêmeas. Podem ser duros e surgem na linha mamária.
    • Prolapso Vaginal: massa úmida e visível na região genital de fêmeas.

    Para confirmar o diagnóstico, são necessários exames clínicos e, por vezes, ultrassonografia.

    Diagnóstico e Exames

    O veterinário faz o diagnóstico da hérnia por meio de:

    1. Palpação da região abdominal: para avaliar consistência, dor e se é redutível.
    2. Ultrassonografia: para identificar o que está herniado.
    3. Radiografia contrastada: útil para verificar obstruções intestinais.
    4. Exames laboratoriais: hemograma e bioquímica para avaliar infecções e inflamações.

    Esses exames são importantes para planejar a cirurgia e evitar complicações futuras.

    O que esperar do veterinário

    Na consulta, o veterinário fará:

    • Uma anamnese detalhada (histórico e sintomas).
    • Verificação se a hérnia é redutível ou presa.
    • Exames de imagem para confirmar o conteúdo herniado.
    • Indicação do tipo de cirurgia mais apropriado.
    • Avaliação pré-operatória e orientações sobre cuidados.

    Tratamentos para Hérnia Inguinal

    A cirurgia é o principal tratamento para a hérnia inguinal. O objetivo é recolocar os órgãos no lugar e fechar o anel inguinal.

    Em casos congênitos, o veterinário pode reforçar a parede muscular com telas ou suturas. A cirurgia é geralmente segura e tem um bom prognóstico, principalmente se feita antes que surjam complicações.

    Avaliação Pré-Cirúrgica

    Essa etapa é muito importante, principalmente em cães mais velhos ou acima do peso. A anestesia deve ser realizada por um profissional capacitado e acompanhada por exames pré-operatórios.

    Cuidados Pós-Operatórios

    Após a cirurgia, siga as orientações do veterinário para uma recuperação tranquila. Os cuidados incluem:

    1. Limitar atividades: por 15 a 30 dias, para garantir a cicatrização.
    2. Uso de colar elizabetano: evita que o cão lamba a ferida.
    3. Monitorar a ferida cirúrgica: mantê-la limpa e observar sinais de infecção.
    4. Medicação: antibióticos e analgésicos, conforme receita.
    5. Alimentação leve: nas primeiras 48 horas após a cirurgia.
    6. Retorno ao veterinário: para remoção de pontos e avaliar a cicatrização.

    Casos Leves e Redutíveis

    Cães jovens com hérnias pequenas e sem dor podem eventualmente ter um fechamento natural. Mas a cirurgia ainda é necessária para fechar a cavidade aberta, evitando que os órgãos se desloquem novamente, prevenindo complicações graves.

    É Possível Curar Hérnia Sem Cirurgia?

    Na maioria dos casos, não. Hérnias verdadeiras envolvem uma falha estrutural na parede muscular, que não se cura sozinha. Mesmo pequenas hérnias redutíveis em filhotes machos podem se resolver, mas a cirurgia é o único tratamento definitivo.

    Tentar resolver o problema com pomadas ou massagens só piora a situação. O tratamento cirúrgico é sempre necessário.

    E se Não Tratar a Hérnia Inguinal?

    Ignorar a hérnia inguinal pode gerar complicações sérias. Uma hérnia pequena que parece estável pode crescer e enfraquecer os tecidos ao redor. Com o tempo, isso pode gerar problemas como:

    • Estrangulamento de intestinos ou órgãos, comprometendo o fluxo sanguíneo e causando necrose.
    • Dor intensa e inflamação.
    • Infecção generalizada (peritonite) se conteúdo intestinal vaza.
    • Necrose intestinal, que pode levar à falência do órgão.

    Complicações mais graves incluem obstrução intestinal e risco gestacional em fêmeas prenhas. Ignorar a hérnia não é seguro, a intervenção cirúrgica imediata é crucial.

    Prevenção: Como Evitar Hérnias em Cães

    Embora algumas hérnias não possam ser prevenidas, existem medidas que ajudam a reduzir os riscos:

    1. Controle de peso para não sobrecarregar a musculatura.
    2. Evitar esforços excessivos como saltos altos.
    3. Castração de fêmeas para minimizar riscos.
    4. Evitar traumas, mantendo o cão em ambientes seguros.
    5. Check-ups regulares no veterinário para monitorar o estado geral.
    6. Alimentação balanceada para fortalecer a musculatura.

    Mitos e Verdades sobre Hérnia em Cães

    Muitas informações erradas podem prejudicar o diagnóstico. Confira algumas:

    • “Toda bolinha na barriga é hérnia.” – Mito, pode ser outra condição.
    • “Cura com massagem.” – Mito perigoso, pode piorar o quadro.
    • “Faixa resolve.” – Mito, pode ocultar o problema e elevar riscos.
    • “Cirurgia é arriscada.” – Meia-verdade, pode ser mais arriscada a não realização dela.
    • “Hérnia inguinal é contagiosa.” – Verdade, não é contagiosa.
    • “Castrar fêmeas reduz recidiva.” – Verdade, pode minimizar riscos.
    • “Hérnia sempre mata.” – Mito, mas ignorar pode levar a complicações.
    • “Esperar para ver se cresce.” – Mito, isso é muito arriscado.
    • “Depois de operar, nunca volta.” – Meia-verdade, pode voltar, mas é raro.

    Perguntas Frequentes (FAQ)

    1. Hérnia inguinal inflama ou aumenta com o tempo?

      • Sim, pode crescer devido a mais tecido atravessando o anel inguinal.
    2. Quando a hérnia é emergencial?

      • Se o caroço fica duro, quente, dolorido ou muda de cor, procure um veterinário.
    3. A hérnia inguinal é sempre visível?

      • Não, em alguns casos, é interna e precisa de palpação ou ultrassom para ser diagnosticada.
    4. Meu cachorro tem um pequeno abaulamento. Precisa operar?

      • Na maioria das vezes, sim. Avaliação veterinária será importante.
    5. Fêmeas têm mais hérnia inguinal que machos?

      • Sim, alterações hormonais e gestações aumentam a incidência.
    6. Hérnia pode voltar após a cirurgia?

      • Pode, mas é raro quando o procedimento é feito corretamente.
    7. Pode aparecer de um lado só?

      • Sim, mas alguns cães desenvolvem hérnia bilateral, em períodos diferentes.

    A hérnia inguinal em cães precisa de atenção e tratamento rápido. Quanto mais cedo você identifica e busca ajuda, mais chances de recuperação total e sem problemas.

    Ignorar um caroço ou tentar “resolver em casa” pode transformar um caso simples em uma emergência cirúrgica.

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