A Incrível História de Carl Emil Pettersson: De Marinheiro a Rei
Em 1904, Carl Emil Pettersson passou por uma experiência transformadora ao naufragar na costa da ilha de Tabar, em Papua Nova Guiné. Esse evento não apenas mudou sua vida, mas também alterou o futuro da família real da ilha. Vamos explorar essa extraordinária trajetória.
A Chegada a Tabar
Após o naufrágio, Carl encontrou chão firme em Tabar Island. Chegando da fria Suécia, ele foi recebido por um ambiente ensolarado, cercado por vegetação exuberante e fauna exótica. A princípio, os nativos da ilha, conhecidos por sua cultura distinta, causaram apreensão no marinheiro sueco, que ao invés de um resgate, estava prestes a se tornar o rei da ilha.
Esta jornada começou em 1904, quando Pettersson navegava entre o norte da Austrália e o que hoje é Papua Nova Guiné. O que parecia ser uma viagem comum acabou mudando completamente sua vida.
A Infância de Carl Emil Pettersson
Carl Emil Pettersson nasceu em 1875, nas proximidades de Estocolmo, sendo o mais novo de seis filhos. Sua infância não foi fácil; seu pai abandonou a família e, aos 17 anos, ele decidiu se aventurar pelos mares em busca de uma vida melhor. Em 1898, já estava trabalhando para uma empresa alemã de comércio, a Neuguinea-Compagnie, na região do Pacífico Sul.
Foi durante um desses viagens que seu destino se entrelaçou com a história da ilha de Tabar. Na manhã de Natal de 1904, seu barco, o Herzog Johan Albrecht, afundou. Carl nadou até a costa e foi recebido pelos nativos da ilha, que tinham a fama de serem temidos.
Encontrando Oportunidade e Amor
Levado ao rei Lamy, Pettersson conheceu a princesa Singdo, que se encantou por ele. O marinheiro, querendo ganhar a confiança do rei e enriquecer a ilha, prometeu estabelecer uma plantação de cocô. O rei Lamy concordou com o casamento, desde que Carl cumprisse sua promessa.
Em 1907, ele e Singdo se casaram, e Carl Emil Pettersson começou a viver como parte da realeza de Tabar. Com o passar do tempo, tornou-se o próprio rei da ilha após a morte de Lamy.
O Rei Carl e Seus Filhos
Nos 14 anos seguintes, Pettersson e Singdo tiveram nove filhos. Durante seu reinado, ele se mostrou respeitoso e justo, adotando e integrando costumes locais. Os habitantes da ilha o chamavam de “Strong Charley”, um reconhecimento de sua força e caráter.
Seu governo foi marcado por um crescimento econômico, em grande parte graças às bem-sucedidas plantações de coco. Carl se divertia contando suas histórias de aventuras para amigos e familiares na Suécia, revelando seu orgulho por sua nova vida como rei.
Fama e Reconhecimento
Durante as décadas de 1920 e 1930, Carl Emil Pettersson virou uma figura popular nos meios de comunicação suecos. Histórias exageradas sobre suas aventuras circulavam, tornando-o uma lenda viva. Seu nome até inspirou a escritora Astrid Lindgren, que criou a personagem Pippi Meialonga, cuja história é marcada por um pai marinheiro que retorna como rei de uma ilha distante.
Desafios e Tristezas
Como todo reinado, o de Pettersson também conheceu tempos difíceis. Em 1921, a princesa Singdo faleceu após complicações no parto, deixando Carl com nove filhos. Para dar aos filhos uma nova mãe, ele retornou à Suécia, onde conheceu Jessie Louisa Simpson.
Jessie e Carl voltaram para Tabar em 1923. Contudo, ele encontrou seu reino em decadência. Suas plantações estavam mal cuidadas e sua fortuna se esvaía. A descoberta de uma jazida de ouro na ilha vizinha de Simberi trouxe esperanças, mas logo os dois contraíram malária. Jessie partiu para tratamento e nunca mais voltou.
A partida de Carl para Sempre
Em 1935, Jessie faleceu, e Carl deixou Tabar definitivamente, partindo para a Austrália. Porém, ele não conseguiu retornar à Suécia, falecendo em Sydney, em 1937, de um ataque cardíaco aos 61 anos.
O Legado de Pettersson
Após a morte de Carl, seu filho Frederick se tornou o novo rei de Tabar. Frederick tentou trazer a ilha de volta ao controle sueco, mas o governo da Suécia recusou a oferta. A conexão entre Suécia e Tabar continuou através das histórias que impactaram gerações.
A herança de Carl Emil Pettersson perdura, especialmente através das narrativas da famosa Pippi Meialonga, que capturou a imaginação de crianças ao redor do mundo. Suas aventuras mostram como a vida pode ser imensamente rica, mesmo nas circunstâncias mais improváveis.
Conclusão
A história de Carl Emil Pettersson é um lembrete de que as oportunidades podem surgir quando menos esperamos. Ele enfrentou desafios e triunfou, construindo uma vida que poucos poderiam imaginar. Desde um humilde marinheiro sueco até rei de uma ilha no Pacífico, sua jornada é um testemunho de força, amor e resiliência. Essa narrativa se perpetuará através das gerações, inspirando sempre novos contos e sonhos.
