No século 17, o matemático e filósofo alemão Gottfried Wilhelm Leibniz fez uma pergunta essencial sobre o universo: por que existe algo em vez de nada? Embora pareça uma questão desnecessária, ela é profunda e ainda não totalmente compreendida. Viver em um universo que existe é uma realidade, mas o “nada” é difícil de imaginar.

    Para muitos, essa questão pode parecer irrelevante ou até mesmo uma perda de tempo. Contudo, investigar por que o universo existe é um desafio para o pensamento materialista. Uma forma mais atual de entender a pergunta de Leibniz é: existe algo que justifique a necessidade da existência do universo? A resposta mais simples é: não! Nenhuma lei física, força, ou postulado filosófico pode explicar por que o universo é necessário. O universo simplesmente existe, mas isso não é algo fundamental ou obrigatório; poderia não existir.

    O universo se encaixa na categoria das coisas contingentes, ou seja, existe, mas sua existência não é obrigatória. Algo contigente depende de uma causa externa para existir. Dentro das leis do universo, o princípio da causalidade é fundamental: tudo que existe deve ter uma causa. Se algo não é contingente, está no grupo das coisas necessárias. Essas são as que existem por si mesmas e não precisam de uma causa externa.

    Nessa categoria de coisas necessárias, acredita-se que apenas uma se destaca: Deus. Deus é a Causa não causada, o Ser absoluto que existe por sua própria essência. Algumas discussões filosóficas levantam a hipótese de que regras matemáticas podem ser vistas como necessárias, pois uma simples soma, como 2+2, sempre resulta em 4. No entanto, isso não se configura como a causa do universo.

    Se o universo é contingente, e não há uma causa necessária, tudo o que temos são suposições sem fundamento. Naturalistas que tentam explicar a existência do universo sem Deus recorrem a teorias como flutuações quânticas, universos cíclicos (que não têm começo nem fim) e a ideia de um multiverso. Outra teoria improvável é a de que o universo se auto-causou através de suas próprias leis. Entretanto, as leis da natureza descrevem apenas padrões de comportamento, e não são a causa das coisas.

    Um conhecido matemático, John Lennox, critica essa crença na auto-causação do universo. Ele refuta a ideia de que um conjunto de leis matemáticas poderia gerar tudo que conhecemos. Essas explicações muitas vezes se baseiam em preferências pessoais e não em evidências concretas.

    Assim, a falta de uma causa necessária leva a um beco sem saída. Suas conclusões podem parecer vazias, sustentadas por crenças sem substância. Em um universo vasto, onde habitam seres inteligentes capazes de questionar sua própria existência, apenas um Ser necessário pode oferecer uma explicação: Deus.

    Tanto Aristóteles quanto Tomás de Aquino e Leibniz chegaram à mesma conclusão: deve haver um Ser necessário para explicar tudo o que é contingente. Esse Ser é Deus, que existe independentemente de qualquer outra coisa. O universo existe porque Deus o criou.

    Ao retornar à pergunta de Leibniz, por que então existe o universo? a resposta é simples: porque Deus quis criar. Deus agiu não apenas por ser poderoso, mas também por sua natureza bondosa. Ele criou o universo não apenas em exercício de seus atributos como onipotência e imutabilidade, mas também em razão de suas qualidades de amor e bondade.

    O universo é fruto de um ato criativo do Senhor que se manifesta em sua bondade. Deus desejou criar um cosmos que é belo e bom. A afirmação bíblica de que Deus viu tudo o que fez e achou muito bom reflete essa bondade. Essa visão se estende de entidades minúsculas a aglomerados de galáxias.

    Deus não criou o mundo por necessidade, mas por escolha. Ele poderia ter decidido não criar, mas optou por dar à luz um universo repleto de vida e significado. Mesmo quando a humanidade pecou, Deus escolheu recomeçar em vez de destruir. Isso demonstra sua disposição de criar, acolher e perdoar.

    Portanto, o universo é uma expressão dos desígnios bondosos do Senhor. Ele não é o resultado de forças externas ou eventos aleatórios. Tudo existe porque Deus decidiu que assim fosse. Seu amor e bondade transmitem propósito e significado a cada ser, humano ou não.

    Deus é a única causa necessária da existência. Nós, como criaturas contingentes, existimos n’Ele e por causa d’Ele. O apóstolo Paulo expressou isso de forma clara: “Pois n’Ele vivemos, e nos movemos, e existimos.”

    Em resumo, o universo está intrinsecamente ligado à vontade de Deus, a força por trás da sua criação. Não é fruto de eventos aleatórios, mas da essência de um Deus que é tanto poderoso quanto bondoso. A Ele, toda glória, hoje e para sempre!

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