Autoridades de saúde nos Estados Unidos estão avaliando a possibilidade de remover sais de alumínio das vacinas. Essa alteração, se ocorrer, poderia impactar cerca de 50% do estoque nacional de vacinas infantis, afetando imunizações essenciais contra doenças como coqueluche, poliomielite e gripe.
A discussão sobre a remoção do alumínio começou após comentários do ex-presidente Donald Trump, que mencionou o metal como potencialmente prejudicial. Em uma coletiva de imprensa, ele fez uma conexão entre o alumínio nas vacinas e alegações não comprovadas de sua ligação com o autismo, semelhante a um debate anterior sobre o mercúrio, que foi eliminado de vacinas infantis há mais de 20 anos.
Os sais de alumínio estão presentes nas vacinas desde a década de 1920, e sua função principal é aumentar a resposta imunológica às doenças que as vacinas visam prevenir. Especialistas em imunização defendem que a quantidade de alumínio utilizada é segura e necessária para garantir a eficácia das vacinas. Alterar a formulação para dispensar o alumínio exige um desenvolvimento totalmente novo, o que levaria anos de pesquisa e custaria milhões de dólares, além de expor crianças a possíveis enfermidades.
Trump comentou que está em andamento a retirada de substâncias questionáveis, como o mercúrio e o alumínio. Por outro lado, Bruce Gellin, ex-autoridade em segurança de vacinas, ressaltou a importância de investigar criticamente as preocupações antes de tomar decisões, comparando a situação a ouvir um alarme de fumaça.
A discussão sobre o alumínio inclui um comitê especializado nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que está revisando as evidências científicas sobre o metal e outros contaminantes em vacinas. O consenso na comunidade científica é que as quantidades presentes nos imunizantes oferecem segurança. Além disso, o alumínio é um elemento comum na natureza, encontrado no ar, alimentos e bebidas.
Recentemente, Robert F. Kennedy Jr., funcionário da saúde e conhecido por suas opiniões críticas sobre vacinas, também se envolveu no debate, apoiando estudos que tentam estabelecer uma ligação entre a presença de alumínio em vacinas e o autismo. Durante sua trajetória, ele se declarou defensor de pesquisadores que investigam a toxicidade do alumínio e mencionou a busca por investimentos para apoiar essas pesquisas.
Um estudo específico de 2018, relacionado ao alumínio em cérebros de pessoas com autismo, trouxe controvérsias, pois não ficou claro se os indivíduos haviam sido vacinados. A questão continua a gerar debate, com Kennedy afirmando que as agências de saúde estão explorando a relação entre o alumínio e alergias, adicionando mais complexidade ao assunto.
Empresas que produzem vacinas infantis, como Merck, Pfizer, GSK e Sanofi, argumentam que os adjuvantes à base de alumínio têm um histórico de segurança bem conhecido. Substituí-los exigiria estudos cuidadosos para cada patógeno e poderia inviabilizar vacinas combinadas, que protegem contra múltiplas doenças.
Caso a administração decida agir contra a presença do alumínio nas vacinas, pode haver um longo processo pelo qual a FDA aprovaria ou descontinuaria produtos existentes. Mudanças nas recomendações do CDC também poderiam afetar a confiança do público nas vacinas, levando a uma diminuição na sua utilização, especialmente em locais que seguem as orientações do comitê.
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