Este artigo orienta, de forma prática e segura, como e onde adquirir reagentes e quais normas observar ao avaliar uma joia. O objetivo é preservar a autenticidade e a qualidade da análise sem expor sua peça a riscos desnecessários.
O teste com ácido nítrico é o método de referência no toque: é um reagente corrosivo que exige cuidados desde a compra até o uso em casa. Use luvas, proteções e siga instruções de armazenamento.
No mercado, muitas joias não são 24k, por isso se empregam ligas; o ouro 18k contém 75% de metal nobre e costuma vir marcado com “750”. Além do teste químico, leia as marcações, faça inspeção visual e, quando houver dúvida, consulte um profissional.
Antecipamos que falaremos sobre casas de químicos, fornecedores de laboratório e kits de teste, além de critérios práticos para escolher o produto certo. O artigo também traz métodos alternativos e boas práticas de segurança.
Por que testar ouro hoje: pureza, quilates e riscos de dano
Avaliar quilates e ligas ajuda a evitar danos e a interpretar sinais de autenticidade. Quilates medem a fração de ouro na composição: 24k é ouro puro; 18k (750) contém 75% de ouro e 25% de outros metais.
O ouro 24k é muito maleável e quase não se usa em joia, pois deforma com facilidade. Por isso, a maior parte das peças de uso diário é em 18k, que equilibra durabilidade e brilho.
A presença de metais na liga altera a cor — amarelo, branco ou rosé — e a resistência do material. A marcação interna, como “750”, é uma pista inicial da qualidade, mas não substitui uma verificação cuidadosa.
- Leia a marcação e observe desgaste em áreas de fricção.
- Use teste do ímã apenas como triagem: ouro não é magnético, mas a ausência de atração não garante autenticidade.
- Peças antigas podem ter carimbos desgastados; faça testes complementares antes de concluir.
Testes incorretos ou agressivos podem danificar peças com banho ou pedras sensíveis. Combine inspeção visual, marcação e métodos adequados para obter resultado confiável.
Onde comprar ácido nítrico para testar ouro no Brasil
Fornecedores legais e especializados são a melhor opção ao adquirir reagentes usados no toque. Priorize estabelecimentos que entreguem ficha de segurança (FISPQ) e nota fiscal.
Canais de compra
Procure casas de químicos e distribuidores de insumos laboratoriais. Kits específicos para joalheria também facilitam a abordagem em casa.
Fornecedores confiáveis costumam incluir frasco conta‑gotas e pedra de toque, úteis para aplicar pequenas gotas e observar reação em segurança.
Concentrações, frascos e gotas ideais
- Verifique a concentração no rótulo; escolha produtos compatíveis com o método de toque.
- Prefira frascos âmbar com bico conta‑gotas para controlar a aplicação e evitar desperdício.
- Mantenha frascos com lacre de proteção e em pequena quantidade para uso pontual.
Normas, transporte e segurança
No transporte, mantenha o frasco vertical, em embalagem secundária estanque e longe do calor e de objetos metálicos. Use EPIs desde a retirada no balcão: luvas resistentes e óculos de proteção.
Armazene o reagente em local ventilado, identificado, fora do alcance de crianças e pets. Ao aplicar, use apenas gotas sobre a pedra de toque e observe: a pureza não deve apresentar reação visível.
Como fazer o teste com ácido nítrico com segurança e precisão
A execução correta do procedimento reduz riscos e garante uma leitura mais confiável da composição da peça.
Preparo da peça e EPIs
Prepare uma bancada bem ventilada e use uma base estável. Apoie a peça sobre um recipiente de aço inoxidável.
Use luvas resistentes e óculos de proteção. Afaste alimentos, crianças e animais do local.
Aplicação do reagente e observação
Limpe a joia com pano macio para remover oleosidade, sem usar abrasivos que risquem a superfície.
Friccione discretamente a peça na pedra de toque para transferir uma marca metálica.
Com conta‑gotas, aplique uma ou duas gotas do ácido nítrico sobre a marca na pedra. Evite contato direto com a joia sempre que possível.
Interpretação da reação
- Aguardar alguns segundos e observar a cor e a reação.
- Sem alteração: indica estabilidade esperada em peças 18k de ouro metal.
- Esverdeado: sugere metal base ou peça apenas banhada.
- Leitoso/esbranquiçado: aponta prata folheada ou revestimento similar.
Reduza o tempo de contato do ácido ao mínimo necessário. Neutralize e descarte resíduos conforme instrução do fornecedor.
Registre o processo com fotos para comparação em testes futuros e maior consistência.
Métodos alternativos em casa: quando evitar o ácido
Antes de usar substâncias agressivas, opte por triagens simples em casa. Elas dão pistas rápidas e reduzem o risco de danificar peças sensíveis.
Teste do vinagre
Limpe a joia com pano macio. Aplique duas ou três gotas de vinagre sobre uma área discreta.
Se a cor não mudar, o resultado pode indicar que há presença de ouro. Mudança de tom sugere banho ou outra liga.
O vinagre é menos agressivo que reagentes fortes, mas pode afetar banhos, colas e acabamentos.
Ímã potente
Use um ímã forte perto da peça. Atração indica metal magnético e, ao fim, baixa probabilidade de ser ouro.
A ausência de atração não confirma autenticidade. Esse método serve apenas como triagem inicial.
Densidade por deslocamento
Pese a peça sem gemas. Meça o volume deslocado em ml e calcule massa/volume.
- 24k ≈ 19,3 g/ml
- 18k amarelo ≈ 15,2–15,9 g/ml
- 18k branco ≈ 14,7–16,9 g/ml
- 22k ≈ 17,7–17,8 g/ml
Ligas, soldas e partes internas podem alterar o valor final.
Cerâmica não vidrada e risco de arranhar
Deslize a peça sobre cerâmica não vidrada com cuidado. Mancha dourada indica ouro; preta sugere não ouro.
O método pode riscar ou opacar peças polidas. Evite em joias delicadas e combine resultados com outros testes.
Combine métodos para maior confiança. Se o resultado for inconclusivo, procure confirmação técnica.
Marcação, certificação e apoio profissional
Marcas internas e documentos são o primeiro passo para avaliar uma joia com segurança. Procure carimbos como “750” na parte interna da peça: eles indicam 18k, ou seja, 75% de metal nobre na composição.
Marcas internas, contraste e autenticidade
Inspecione a peça em áreas de menor desgaste. Peças antigas podem ter carimbos apagados ou falsificados.
Use procedimentos simples antes de arriscar métodos mais agressivos. A leitura correta das reações na pedra de toque ajuda a distinguir 18k de peças banhadas.
Certificado 18k, preço e quando procurar um joalheiro
Certificados atestam pureza, composição e procedência. Já a garantia cobre avarias e serviços posteriores.
- Compare o preço com a cotação do mercado: ofertas muito abaixo do valor são sinal de alerta.
- Procure um joalheiro quando houver dúvidas persistentes, peças de alto valor ou necessidade de laudo técnico.
- Profissionais confirmam ouro verdadeiro por métodos combinados: observação, densidade e toque, reduzindo risco de dano.
Conserve notas fiscais, certificados e fotos da joia. Esses registros ajudam em avaliações futuras e em transações.
Conclusão
Uma leitura confiável das peças surge quando juntamos marcação, ensaio controlado e certificação. Esse equilíbrio oferece melhor precisão sem expor a joia a riscos desnecessários.
Se optar por realizar teste em casa, use EPIs, bancada ventilada e mínima quantidade do reagente. Observe a cor da reação e registre o resultado com fotos.
Métodos caseiros — vinagre, ímã e densidade — ajudam na triagem, mas não substituem testes padronizados em peças de maior valor.
Quando houver dúvida, preserve a peça e procure um joalheiro qualificado. Assim você protege o investimento e garante identificação do ouro verdadeiro com segurança.

