O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), realizou, nesta terça-feira (21), uma ação voltada à saúde dos detentos do Centro de Triagem “Anísio Lima”, em Campo Grande. Esta iniciativa faz parte do programa “Saúde Prisional em Foco”, que tem como objetivo desenvolver ações de saúde específicas para cada unidade prisional do Estado. Ao longo da semana, um trabalho similar será realizado no Presídio de Trânsito de Campo Grande.

    A gerente de Saúde no Sistema Prisional da SES, Marta Maria Torres Soares Goulart, explicou que essa ação foi motivada pela necessidade de entender melhor o perfil de saúde da população carcerária. “Estamos realizando uma triagem que inclui testes rápidos, consultas médicas e odontológicas, além de campanhas de vacinação. O foco é monitorar comorbidades e elaborar estratégias de saúde adaptadas a cada unidade”, destacou. Ela também enfatizou que muitos detentos já chegam ao sistema prisional com doenças como sífilis, hepatites B e C, e HIV, tornando a triagem na entrada ainda mais crítica.

    Essa é a segunda unidade prisional a receber esse tipo de ação. A primeira foi o Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, onde em fevereiro deste ano, 300 mulheres foram atendidas. A coordenadora de saúde bucal da SES, Giovanna Soares, ressaltou a relevância da iniciativa: “Estamos trazendo visibilidade e cuidando da assistência no sistema prisional. Antes, não tínhamos um levantamento claro sobre as necessidades de saúde dessa população. Com esse diagnóstico, podemos planejar políticas públicas mais eficientes.”

    O projeto conta com a parceria da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), que cedeu estudantes dos cursos de Direito, Terapia Ocupacional, Psicologia e Medicina. O farmacêutico Leandro Antero da Silva, que lidera os acadêmicos, explicou que o objetivo é diminuir a fila de espera para atendimentos especializados. “Atualmente, a saúde prisional enfrenta desafios, como a necessidade de escoltas policiais para atendimentos. Muitos procedimentos poderiam ser realizados via telemedicina”, complementou.

    A ação também se alinha ao Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário, conforme explicou Maria de Lourdes Delgado Alves, diretora de Assistência Penitenciária da Agepen. “Esse tipo de atividade nos permite identificar quais doenças são mais comuns em cada unidade, como problemas de pele e tuberculose. Com essas informações, conseguimos oferecer tratamento e prevenção diretamente nas unidades, evitando complicações que exigiriam internação”, afirmou.

    Delterivaldo Lopes Vieira, diretor técnico da SESAU, detalhou os recursos oferecidos pela prefeitura, como insumos, testes rápidos e acompanhamento dos detentos. “Cada atendimento é registrado, o que nos ajuda a traçar um perfil epidemiológico e organizar os tratamentos conforme as necessidades identificadas”, disse. Neide Aparecida Flores dos Santos, diretora do Módulo de Saúde, destacou a importância da triagem, que permite avaliação de saúde completa e encaminhamentos necessários.

    Ivo de Arruda Coelho, diretor interino da unidade, observou que o ambiente prisional e o número elevado de pessoas facilitam a disseminação de doenças. “Essa ação é vital para cuidar da saúde tanto dos detentos quanto dos profissionais que atuam aqui”, concluiu.

    O trabalho inclui triagens detalhadas, avaliações de saúde, verificação de sinais vitais, testes rápidos para hepatite B e C, sífilis e HIV, consultas médicas e odontológicas, além de vacinação contra COVID-19 e influenza, com os devidos encaminhamentos quando necessário.

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