Qual a Precisão dos Testes de Polígrafo?

    Um dos principais problemas com os testes de polígrafo é que não existe uma resposta fisiológica única para a mentira. A psicologia diz que “não há evidências de que um padrão de reações fisiológicas seja exclusivo da enganação”. Isso significa que pessoas honestas podem ficar nervosas ao falar a verdade, enquanto pessoas desonestas podem não demonstrar preocupação.

    Nosso corpo pode reagir ao estresse, à ansiedade e ao medo de formas parecidas. Por exemplo, uma pessoa inocente que teme ser acusada injustamente pode ter reações fisiológicas semelhantes a uma pessoa culpada tentando esconder a verdade. Isso torna difícil identificar quem está mentindo.

    Alguns defensores do polígrafo afirmam que esses testes têm uma precisão entre 80% e 90%. Contudo, muitos desses estudos foram realizados com pessoas em situações controladas, mentindo sobre eventos claramente definidos. Isso não reflete bem a realidade das interações humanas.

    Um estudo de 2008 da Universidade de Utah analisou 120 voluntários em um experimento sobre crimes fictícios com polígrafo. O resultado foi que 86% dos inocentes e 93% dos culpados foram corretamente identificados. Mas, na vida real, a precisão tende a ser bem menor, especialmente se considerarmos os falsos positivos.

    Pesquisas mostram que os testes de polígrafo geram mais falsos positivos do que negativos. Ou seja, muitas pessoas inocentes acabam sendo classificadas como desonestas. Uma análise indicou que a taxa de falsos positivos pode chegar a 19%, o que é alto.

    Outros fatores também influenciam a validade dos resultados do polígrafo. Existem técnicas que pessoas utilizam para tentar passar no teste, como controlar a respiração ou se colocar em estado emocional desestabilizado. Essas táticas podem fazer os mentirosos se saírem bem nos testes.

    A experiência do examinador também desempenha um papel importante. Um profissional mais experiente pode perceber tentativas de enganar o teste, enquanto um novato pode não notar esses sinais. Isso mostra que a eficácia do polígrafo pode variar bastante.

    Devido a essas limitações, a psicologia afirma que “a maioria dos psicólogos e outros cientistas concordam que há poucas bases para a validade dos testes de polígrafo”. É uma tecnologia que, ao que tudo indica, não é tão confiável quanto muitos acreditam.

    Portanto, ao considerar a utilização de polígrafo, é fundamental entender que ele não é um método infalível. As reações das pessoas podem ser influenciadas por diversas situações, não se limitando apenas à verdade ou mentira. Isso deve ser levado em conta em investigações e processos judiciais.

    Na prática, a aplicação de testes de polígrafo levanta muitos questionamentos sobre a sua efetividade e moralidade. Uma abordagem mais atenta aos sentimentos e à individualidade de cada um pode ser mais esclarecedora do que confiar simplesmente em uma máquina.

    Resumindo, embora os testes de polígrafo possam ajudar em certos casos, eles não são a solução definitiva para identificar mentiras. As emoções humanas são complexas e não podem ser reduzidas a um simples teste. Portanto, é sempre bom fazer uma análise mais profunda e abrangente quando se fala em verdade e mentira.

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