Descoberta de Lâmina de Espada da Renascença na Alemanha
Uma espada, forjada por volta de 1558, era uma arma de elite chamada degen, utilizada apenas pela alta classe. Este artefato foi encontrado em meio às ruínas de uma igreja em Jena, que foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial.
Recentemente, graças à tecnologia moderna de tomografia computadorizada (CT), pesquisadores revelaram uma inscrição oculta em uma espada da Renascença, que estava bastante corroída. A espada, uma de muitas descobertas perto da antiga igreja, tinha camadas e mais camadas de ferrugem.
Os pesquisadores estavam preocupados que métodos tradicionais de limpeza pudessem danificar o artefato. Por isso, decidiram usar a tomografia computadorizada para escanear a espada e descobrir o que havia sob a corrosão. O que encontraram foi o nome de um famoso espadachim que atuou no final do século 16, colocando a lâmina em um contexto histórico mais rico do que os pesquisadores imaginavam inicialmente.
A Inscrição Oculta na Espada da Renascença
Os pesquisadores da Universidade de Jena, em parceria com a INNOVENT, um centro de pesquisa independente, examinaram a espada. Utilizaram um scanner de micro e nano-CT para visualizar o que estava escondido sob o ferrugem.
Após o escaneamento, eles usaram algoritmos para criar imagens das várias camadas da espada. Cada imagem foi codificada com cores falsas, facilitando a visualização dos detalhes em cada camada. Em uma dessas imagens, o verde representava partes da bainha que ainda estavam unidas à lâmina. No lado oposto, a imagem revelou a inscrição “Clemens Stam”.
Pesquisas históricas adicionais indicaram que Clemens Stam não era o proprietário da espada, mas sim um renomado espadachim da cidade de Solingen no final do século 16. Sua fama era tal que fabricava armas para a nobreza europeia, incluindo o rei da Espanha.
Dado que o trabalho de Stam era amplamente respeitado, sua marca na espada sugere que o proprietário provavelmente tinha um alto status social. Os pesquisadores acreditam que a espada pode ter pertencido a um reitor ou a um estudante universitário de uma família nobre.
A Conexão Histórica da Espada com Jena
A espada foi encontrada perto da igreja da Universidade de Jena, o Collegium Jenense. Entre 1594 e 1814, professores, estudantes e seus familiares foram enterrados próximos ao local.
Essas sepulturas frequentemente incluíam objetos pessoais ou ofertas. É provável que a espada da Renascença seja um desses itens. Durante a Segunda Guerra Mundial, no entanto, a igreja foi destruída por um bombardeio aliado. Muitos artefatos foram enterrados sob os escombros da igreja, e levou anos para que arqueólogos realizassem escavações na área.
Após a guerra, muitos itens, incluindo a espada, foram resgatados e arquivados, mas acabaram esquecidos por muitos anos. Em 2018, a Universidade de Jena iniciou um projeto para investigar mais sobre os primeiros anos da história da instituição.
No início desse projeto, os pesquisadores suspeitavam que havia algo sob as camadas de corrosão da espada renascentista. Quatro anos depois, em 2022, eles começaram a escanear e analisar a espada, levando à descoberta surpreendente do nome.
“CT não captura apenas detalhes na superfície; revela a história interna do objeto”, disse Enrico Paust, arqueólogo do projeto. “Neste caso, descobrimos um nome que conecta Jena à tradição europeia de fabricação de espadas.”
Importância da Descoberta
A descoberta da inscrição na espada é mais do que uma curiosidade arqueológica. Ela oferece uma visão sobre como as espadas eram valorizadas em diferentes períodos históricos e seus fabricantes respeitados. Com o nome de Clemens Stam, a espada estabelece uma ligação direta entre a cidade de Jena e a rica tradição de espadacharia da Europa.
Além disso, essa descoberta mostra a importância da tecnologia moderna na arqueologia. Técnicas como a tomografia computadorizada têm aberto novas possibilidades para estudar objetos antigos sem danificá-los.
O Desafio da Conservação
Os pesquisadores enfrentaram desafios significativos para preservar a espada. A corrosão não é apenas uma questão estética; se não for tratada adequadamente, pode levar à perda total do artefato. Métodos de conservação requerem conhecimento especializado para garantir que a espada possa ser exibida e estudada sem riscos.
O uso de tecnologia avançada possibilitou que os pesquisadores investigassem o interior da espada sem necessidade de limpeza abrasiva, que poderia danificá-la. Isso representa um avanço significativo na conservação de objetos históricos.
Explorando o Futuro das Pesquisas
A descoberta da espada e de sua inscrição abre portas para novas pesquisas. A partir desse achado, os pesquisadores podem se aprofundar na vida e no trabalho de Clemens Stam. Além disso, novas investigações podem se focar em outros itens encontrados nas escavações da igreja.
Esse caso representa um modelo do que pode ser alcançado quando tecnologia e arqueologia se unem. As técnicas modernas proporcionam um caminho para revelar e entender o passado de maneira mais completa, ajudando a preservar a herança cultural para futuras gerações.
Reflexão Final
A história da espada de Jena é um lembrete do valor dos artefatos históricos. Eles não são apenas peças do passado, mas também conectam sociedades e culturas ao longo do tempo. A preservação e estudo desses itens é fundamental para entendermos nossa própria história e a evolução da sociedade.
Através de novas tecnologias e métodos de pesquisa, vemos que nossa compreensão sobre o passado continua a se expandir. Cada nova descoberta tem o potencial de nos contar algo novo sobre quem éramos e quem somos hoje.


