O Museu da Austrália do Sul está investigando um incidente curioso que pode ter sido causado por um meteorito. O evento ocorreu no dia 19 de outubro de 2025, enquanto um Tesla Model Y estava em movimento ao norte de Port Germein, na Austrália. Esse caso é considerado possivelmente o primeiro registro confirmado de um meteorito atingindo um veículo em movimento.

    Os ocupantes do carro, o veterinário Andrew Melville-Smith e sua esposa, Jo, estavam viajando pela Augusta Highway quando ouviram um barulho intenso e sentiram um impacto forte. O para-brisa do veículo quebrou e o interior ficou cheio de fumaça e cacos de vidro. Andrew disse que inicialmente pensou que tinham colidido com algo. “Foi extremamente violento”, contou ele.

    Na hora do impacto, o carro estava no modo de condução autônoma chamado “Full Self-Driving”, que, segundo Andrew, ajudou a evitar um acidente mais grave. Ele acredita que se estivesse ao volante, teriam perdido o controle do carro. Após recuperar a direção do veículo, Andrew conseguiu chegar a Whyalla e decidiu informar o Museu sobre o ocorrido.

    Os cientistas estão intrigados com detalhes do impacto. O vidro do para-brisa próximo ao local do impacto parece ter derretido parcialmente, e as camadas acrílicas apresentaram uma descoloração, como se tivessem sido queimadas. O vidro automotivo derrete entre 1.400 °C e 1.600 °C, o que sugere que o objeto que atingiu o carro estava muito quente e se movia a uma alta velocidade.

    Kieran Meaney, gerente assistente de mineralogia do museu, expressou surpresa com a situação. “Geralmente, recebemos muitas rochas que se passam por meteoritos, mas este caso é diferente. O vidro foi atingido por algo extremamente quente, e até agora não temos uma explicação que faça mais sentido”, comentou.

    Se realmente confirmado, este incidente seria o primeiro registro mundial de um meteorito atingindo um carro em movimento, um fato que especialistas consideram uma possibilidade “imensuravelmente baixa”.

    Entretanto, alguns especialistas são céticos em relação a essa hipótese. O astrofísico Jonti Horner, da Universidade do Sul de Queensland, destacou que se um meteorito tivesse caído, o evento deveria ter sido precedido por uma bola de fogo visível. “Deveria ter havido um clarão no céu, tão brilhante quanto a Lua cheia. E ninguém relatou nada nesse sentido”, observou.

    Horner também lembrou que meteoritos, ao atingirem a Terra, geralmente estão frios. Esses objetos passam bilhões de anos no espaço e só aquecem brevemente ao entrar na atmosfera, portanto, normalmente vêm gelados.

    O pesquisador não descarta outras explicações, como a possibilidade de um fragmento solto de uma aeronave. “Não estou afirmando que não seja um meteorito, mas existem razões boas para manter o ceticismo”, disse.

    O Museu da Austrália do Sul continuará analisando os fragmentos e os danos causados ao veículo. Se o impacto for confirmado como de origem extraterrestre, esse episódio se tornará histórico como o primeiro caso conhecido de um meteorito colidindo com um carro em movimento, um cenário considerado até o momento apenas na ficção científica.

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