A Assassinação de James Garfield
James Garfield, o 20º presidente dos Estados Unidos, foi alvo de um atentado no dia 2 de julho de 1881, enquanto se preparava para embarcar em um trem em uma estação em Washington, D.C. O ataque foi cometido por Charles J. Guiteau, que disparou duas balas contra o presidente, deixando Garfield gravemente ferido. No entanto, ele não morreu de imediato; sua luta contra os ferimentos se estendeu por mais de dois meses.
James Garfield estava com 49 anos e, antes do ataque, ele seguia a intensa rotina de um presidente que havia assumido o cargo apenas três meses antes. Veio à tona então a história ao redor desse atentado, desde as razões que levaram Guiteau a agir até as consequências que se seguiram.
Motivos de Charles Guiteau para o Atentado
Charles Guiteau, um homem de 39 anos oriundo de Illinois, tinha um histórico de fracassos profissionais como advogado, pregador e cobrador de dívidas. Sua saúde mental, precária antes da eleição de Garfield em 1880, se deteriorou ainda mais. Ele acreditava que tinha desempenhado um papel crucial na vitória de Garfield, ou seja, achava ter ajudado o presidente com discursos de campanha.
Guiteau enviou cartas ao presidente solicitando um cargo como embaixador na Áustria, esperando reconhecimento por sua contribuição. Quando não recebeu resposta, começou a perturbar funcionários da Casa Branca, afirmando: “Você sabe quem sou? Eu ajudei a fazer Garfield presidente.”
Gradualmente, Guiteau chegou à conclusão de que Deus queria que ele matasse Garfield para que o vice-presidente, Chester A. Arthur, ocupasse a presidência. Pensou em maneiras diferentes de cometer o crime, mas decidiu usar uma arma de fogo, acreditando que isso seria mais apropriado. Ele comprou um revólver e se preparou para o ataque.
O Dia do Atentado
Uma manhã ensolarada de julho parecia um momento tranquilo para Garfield, que pretendia levar seus filhos para uma reunião na sua antiga escola, Williams College. Ele foi ao Baltimore e Potomac Station acompanhado por James G. Blaine, o Secretário de Estado. A presença de Garfield havia sido amplamente divulgada nos jornais, facilitando o plano de Guiteau, que o seguia.
Quando o presidente chegou à estação, Guiteau estava esperando. Ele tinha uma pistola e dois bilhetes em sua posse, um deles explicando que a morte do presidente era “uma necessidade trágica”, e o outro, destinado ao General William T. Sherman, informando que havia acabado de disparar contra Garfield e que se entregaria.
Assim que Garfield se aproximou, Guiteau disparou duas vezes. A primeira bala atingiu o cotovelo e a segunda, o fundo das costas do presidente. Garfield caiu, enquanto a multidão ao redor imobilizava Guiteau, que afirmou que sua intenção era facilitar a ascensão de Arthur à presidência.
As Consequências da Tentativa de Homicídio
Após o atentado, Charles Guiteau foi rapidamente preso, enquanto Garfield era atendido por médicos. Infelizmente, os primeiros socorros foram desastrosos. O médico que chegou ao local ministrou brandy e amônia antes de começar a vasculhar a ferida, colocando suas mãos sujas no ferimento. Isso, somado à falta de compreensão sobre higiene, só piorou a situação do presidente.
Garfield, consciente da gravidade de seus ferimentos, disse a um dos médicos: “Obrigado, doutor, mas sou um homem morto.” E ele estava certo. Após lutar por 80 dias, Garfield passou por imensas dores e sofrimento. Durante esse período, perdeu quase 45 quilos e enfrentou febres altas e abscessos.
Os médicos tentaram vários remédios, como quinina, morfina e até champanhe, mas nada parecia eficaz. Após semanas de sofrimento, James Garfield morreu em 19 de setembro de 1881.
Repercussão Após a Morte de Garfield
Com a morte de Garfield, Charles Guiteau se viu em uma situação delicada. Ele ainda acreditava que seria protegido por Arthur, que se tornaria presidente. Guiteau afirmava ter amigos na nova administração e estava convencido de que sua ação era a salvação do Partido Republicano.
No entanto, Arthur não estava confortável em assumir a presidência. Ele expressou que não almejava tal posição, que não havia buscado. Quando Garfield chegou a um estado crítico, Arthur comentou que só melhoraria se o presidente também melhorasse.
Após a morte de Garfield, Arthur foi empossado como o novo presidente. Guiteau, por sua vez, foi julgado pelo assassinato. Em seu processo, alegou que a morte de Garfield era uma vontade divina e que as falhas médicas eram mais responsáveis pela morte do que ele próprio. No entanto, foi considerado culpado e executado na forca em 30 de junho de 1882.
Conclusão
A história da assassinação de James Garfield é uma reflexão sobre os perigos da turbulência política e da saúde mental. Embora tenha fugido da morte imediatamente, os impactos do atentado não foram apenas físicos, mas também reverberaram em toda a nação. A morte de Garfield comoveu o país, gerando discussões sobre segurança e a proteção de figuras públicas, além de suscitar profundas questões sobre o papel da saúde mental na sociedade.
