A Verdade Por Trás de “Os Pássaros”

    Muita gente que já assistiu “Os Pássaros” de Alfred Hitchcock pode ter achado que aquilo tudo era só ficção. Mas o filme tem base em uma história que realmente aconteceu. Isso ocorreu em agosto de 1961, na Baía de Monterey, na Califórnia. Naquela época, milhares de aves chamadas de “sooty shearwaters” estavam enlouquecidas. Elas foram vistas vomitando anchovas e batendo em objetos, antes de morrer nas ruas. Hitchcock morava por ali e ficou intrigado com a situação. Ele contatou o jornal Santa Cruz Sentinel, que tinha publicado uma matéria sobre esses acontecimentos estranhos na edição de 18 de agosto.

    Após o filme ser lançado, dois anos depois, o mistério em torno desses pássaros ainda estava no ar. Ninguém sabia ao certo por que eles agiam assim e se tinham essa fama cruel que Hitchcock retratou em seu filme. O que será que levou essas aves a esse comportamento tão estranho?

    O Que Deu Certo e O Que Deu Errado

    Com o tempo, a verdade sobre o que aconteceu passou a ser entendida de uma forma mais clara. Os cientistas chegaram à conclusão de que as aves estavam intoxicadas por uma alga tóxica encontrada em um tipo de plâncton chamado Pseudo-nitzschia. Esse dado muda a perspectiva: as aves não estavam atacando as pessoas; elas estavam desorientadas, sem ter controle sobre suas ações. Esse detalhe não aparece no filme de Hitchcock, que se inspirou também na história curta de Daphne du Maurier, com o mesmo nome.

    Hitchcock é conhecido como o “Mestre do Suspense” e “Os Pássaros” é considerado uma de suas melhores obras. Outros filmes dele, como Psicose, Vértigo, Janela Indiscreta e Intriga Internacional, também são muito famosos. A habilidade de Hitchcock em criar tensão e mistério fez dele uma lenda no cinema.

    Um Filme Perdido

    Além de “Os Pássaros”, um fato curioso sobre Hitchcock é que uma de suas primeiras produções está perdida. Cerca de 86% dos filmes americanos da era do cinema mudo (de 1912 a 1929) são considerados perdidos. Nesse grupo, está a produção de 1926, chamada A Águia da Montanha, que foi o segundo filme que Hitchcock dirigiu. Embora alguns stills de produção tenham sobrevivido, todas as cópias do drama ambientado no Kentucky se perderam.

    Os fãs de Hitchcock lamentam isso há muitos anos. Porém, ele mesmo parecia não se importar tanto assim. O diretor se referiu a esse filme como “um filme muito ruim”. Mesmo com essa opinião, o British Film Institute lista A Águia da Montanha na sua lista de filmes perdidos mais procurados.

    Por que Tudo Isso Importa?

    Esses relatos mostram que a vida real pode ser tão intrigante quanto a ficção. O trabalho de Hitchcock é um verdadeiro sinal de que o cinema pode nos fazer sentir medo e conexão com o desconhecido. A mistura entre fatos reais e imaginação é o que faz as histórias ficcionais ainda mais impactantes.

    Muitas vezes, a realidade é muito mais complexa e surpreendente do que podemos imaginar. Por isso, conhecer a origem de certas histórias, mesmo as mais assustadoras, pode nos dar uma perspectiva diferente. O que Hitchcock criou em seus filmes pode ter uma conexão direta com o mundo real, além de nos fazer refletir.

    Assim, a obra de Hitchcock continua a fascinar e surpreender gerações. Os mistérios que cercam seus filmes fazem com que eles permaneçam relevantes e intrigantes, mesmo décadas após lançados.

    Em resumo, “Os Pássaros” não é apenas uma obra-prima do cinema de suspense. É também uma lembrança de que a realidade pode ser mais estranha que a ficção. Isso nos instiga a investigar mais sobre os fatos que cercam nossas histórias favoritas e busca por respostas que, muitas vezes, têm origens inusitadas.

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