A empresa de comércio de commodities Vitol anunciará o fornecimento de 2 bilhões de dólares em empréstimos ao governo da Uganda. Os recursos serão utilizados em projetos de infraestrutura energética, incluindo a construção de uma refinaria. Essa refinaria terá capacidade para processar 60 mil barris de petróleo por dia e é um componente fundamental do projeto do oleoduto de petróleo bruto do Leste Africano (EACOP), que transportará o petróleo ugandense até a costa do Tanzânia.
Inicialmente, o governo de Uganda tentou arrecadar 4 bilhões de dólares para o projeto em mercados financeiros internacionais, mas, devido à dificuldade, recorreu a investidores individuais. Dentre eles, destacou-se a empresa Emirati Alpha MBM Investments, que se tornará parceira no projeto da refinaria.
O financiamento da refinaria terá uma composição de 60% em dívida e 40% em capital. Isso significa que a maior parte do investimento virá de empréstimos. A empresa Emirati terá uma participação de 60% na refinaria, enquanto a companhia estatal de petróleo da Uganda, Uganda National Oil Company, ficará com os outros 40%.
O empréstimo fornecido pela Vitol terá um prazo de sete anos e uma taxa de juros de 4,92%, conforme informações do ministro das Finanças Júnior, Henry Musasizi. Ele afirmou que este financiamento representa uma oportunidade importante para acessar recursos não tradicionais e implementar projetos essenciais para o desenvolvimento da infraestrutura nacional.
Além de financiar a refinaria, uma parte do dinheiro será direcionada para a construção de estradas, um terminal de armazenamento de combustível e a extensão de um oleoduto que transportará petróleo da região oeste do Quênia até a capital, Kampala.
O projeto EACOP consiste em um oleoduto de 1.443 quilômetros que se estenderá de Uganda até o porto de Tanga, na Tanzânia. Este oleoduto está projetado para transportar petróleo do Projeto Lago Albert, em Uganda, para o mercado internacional, com uma capacidade de transporte de 216 mil barris de petróleo por dia, podendo aumentar para até 246 mil barris por dia.
Os acionistas do projeto EACOP incluem a gigante francesa TotalEnergies, que detém 62% das ações, a Uganda National Oil Company com 15%, a Tanzania Petroleum Development Corporation também com 15%, e a CNOOC, a companhia estatal de petróleo da China, com 8%.
