Os agentes de IA estão ganhando destaque em várias empresas, e quem entende dessa tecnologia está conseguindo empregos com salários altos e boa valorização no mercado.

    Profissionais que dominam a criação e a implementação desses sistemas podem ganhar até R$ 20 mil, isso devido ao crescimento da inteligência artificial (IA) nas corporações.

    Esses especialistas desenvolvem programas autônomos que realizam tarefas e tomam decisões sem depender de humanos, o que aumenta a produtividade nas empresas.

    E o que são esses agentes? Eles são sistemas que usam modelos de linguagem generativa, semelhante ao que o ChatGPT utiliza. Esses agentes conseguem fazer ações sem intervenção direta, como realizar reservas, responder a clientes e analisar grandes quantidades de dados.

    Para as empresas, essas soluções trazem redução de custos e agilidade, além de melhorar a experiência do cliente. Gigantes como Amazon, Google, Microsoft, OpenAI e IBM já têm ferramentas para criar agentes personalizados.

    “Os humanos definem metas, mas um agente de IA escolhe as melhores ações para alcançá-las de forma independente”, explica a Amazon. No Brasil, o uso deles é bem amplo, indo de setores como varejo a finanças, educação e comunicação.

    No iFood, por exemplo, um agente de IA ajuda o RH a filtrar currículos, comparando habilidades e sugerindo as melhores vagas, segundo o diretor de RH, Raphael Bozza.

    Diante do crescimento dessa tecnologia, os salários para profissionais da área de IA estão entre os mais altos do mercado. De acordo com a Catho, a remuneração varia entre R$ 3,5 mil e R$ 20 mil no regime CLT.

    O Guia Salarial 2026 da Robert Half aponta que um especialista em IA e machine learning pode ganhar até R$ 23,5 mil. Já um engenheiro de IA pode chegar a R$ 27,1 mil por mês.

    Para a professora Evellyn Cid, da FIAP, novos cargos devem surgir em breve: “O setor já se planeja para criar funções especializadas, como auditores de agentes e especialistas em ética e segurança de agentes autônomos”.

    Apesar da alta demanda, há uma escassez de profissionais qualificados na área. “A procura por especialistas em IA tem crescido há mais de cinco anos, com um aumento médio acima de 20% ao ano”, alerta Cleber Zanchettin, professor da UFPE.

    Ele ainda destaca que o mercado pode ter um crescimento global que pode ultrapassar os 30% na busca por profissionais do ramo.

    Histórias como a de João Gama mostram como essas novas habilidades podem abrir portas. O jovem, de 19 anos, desenvolveu um agente que analisa fichas de inspeção de veículos e identifica problemas, como vazamentos de óleo, na frota onde trabalha.

    “Esse sistema ajuda a detectar falhas rapidamente, tornando as decisões mais ágeis”, conta. Outra profissional promissora é Evellyn Nicole, de 22 anos, que trabalha como engenheira de IA em uma empresa do setor elétrico. Formada pela UFG, ela cria agentes que automatizam tarefas repetitivas, facilitando o trabalho dos analistas.

    “Recebi propostas de salários melhores, mas prefiro a comodidade do home office”, diz Evellyn, que trabalha remotamente. Ambos ressaltam a importância de estar sempre atualizado. “Um dia dá certo, no outro não”, explica Evellyn, referindo-se às chamadas alucinações da IA, quando o sistema fornece respostas incorretas.

    Para quem quer entrar nessa profissão, é necessário unir habilidades técnicas e de negócios. Saber usar a linguagem Python é um bom começo, já que é a base da maior parte dos sistemas de IA.

    É igualmente importante ser familiarizado com ferramentas como Lindy, LangChain, CrewAI, AutogenAI e Langflow, utilizadas na criação e automação de agentes.

    Profissionais com formação superior, raciocínio analítico e compreensão dos processos empresariais são altamente valorizados no mercado. Participar de eventos e hackathons sobre inteligência artificial também ajuda a ganhar experiência prática e ampliar as conexões profissionais.

    Como bem coloca a professora Evellyn Cid, “mesmo quem vem de áreas não técnicas pode atuar com agentes de IA, desde que entenda o negócio e saiba aplicar a tecnologia de forma estratégica”.

    O futuro dos agentes de IA promete ser brilhante, especialmente com a expansão da IA generativa. Esses agentes não apenas automatizam tarefas, mas também criam novas oportunidades de emprego e carreiras altamente especializadas.

    A combinação de demanda crescente, altos salários e a falta de profissionais qualificados torna esse campo um dos mais promissores nos próximos anos.

    Como João Gama resumiu bem: “Quem entende como criar esses sistemas vai se destacar, porque ainda faltam pessoas preparadas na área”. A evolução da inteligência artificial traz novos desafios e também muitas oportunidades, e quem estiver preparado pode aproveitar essa onda.

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