Imagine a cena: você chega a uma clínica para realizar um exame simples e, enquanto aguarda, um algoritmo já está analisando suas imagens em busca de detalhes que podem passar despercebidos. Essa realidade, que antes parecia algo distante da ficção científica, já faz parte do cotidiano na medicina. A tecnologia está tornando os exames mais rápidos, precisos e acessíveis.
A inteligência artificial (IA) tem ganhado destaque não só nos consultórios, mas também na cultura popular. Filmes e séries mostram como essa tecnologia pode transformar os cuidados médicos. Em “Elysium”, por exemplo, máquinas automatizadas tratam doenças e regeneram corpos. Já em episódios de “Black Mirror”, são apresentados cenários com diagnósticos avançados e dilemas éticos associados a procedimentos experimentais. Essas representações ajudam o público a entender o potencial da inovação na medicina.
Na prática, a IA atua como uma assistente esforçada, capaz de processar milhões de dados em poucos segundos. Ela identifica padrões e agiliza o trabalho dos médicos. Entretanto, a interpretação dos resultados e a definição dos cuidados necessários ainda são responsabilidades dos profissionais de saúde, que utilizam essa tecnologia como um suporte.
O Dr. Astério Jerônimo Dorneles de Dorneles Filho, radiologista e membro da Sociedade Paulista de Radiologia, afirma que a IA não eliminou a necessidade de médicos, mas, pelo contrário, tornou seus papéis mais essenciais. “A inteligência artificial não acaba com os radiologistas; ela intensifica a importância do nosso trabalho. Agora, não se trata apenas de interpretar imagens, mas de gerenciar sistemas, garantindo que a tecnologia opere corretamente e os resultados sejam clinicamente relevantes”, explica.
Ele observa que o radiologista moderno deve ter habilidades de gestão, assegurando que os equipamentos estejam bem calibrados e que os protocolos de trabalho sejam seguidos. “A tecnologia não tem empatia. Esse aspecto humano está nas mãos do médico”, ressalta.
Nos últimos anos, os exames de imagem se tornaram mais avançados, integrando-se à rotina de cuidados e prevenção. Tecnologias como tomografia de alta resolução e ressonância magnética detalhada ajudam na detecção antecipada de problemas de saúde e no aprimoramento dos diagnósticos.
Para os pacientes, a atuação da IA pode passar despercebida. No entanto, ela torna os laudos mais rápidos e direciona o foco dos médicos para o que realmente importa: entender a história de vida de cada paciente e tomar decisões informadas.
Dr. Astério destaca que, embora a tecnologia tenha avançado consideravelmente, o olhar do médico continua sendo fundamental. “A medicina não é apenas sobre tecnologia ou médicos agindo isoladamente. O futuro da área está em saber combinar a experiência clínica, a inovação e uma gestão responsável. A medicina sempre será uma ciência humana, complementada por ferramentas digitais que auxiliam o cuidado”, conclui.
