Descobrindo a Torre de Crânios Mexicana

    Em 2017, pesquisadores encontraram uma impressionante torre de crânios humanos enquanto escavavam o Templo Mayor, localizado na Cidade do México. Após dois anos de trabalho intenso, essa descoberta revelou mais do que se imaginava. O grupo de pesquisadores descobriu recentemente uma nova seção com 124 crânios, elevando o total para 603 crânios encontrados nesse local.

    Anteriormente, já havia sido localizado um grande conjunto de 489 crânios que formavam uma estrutura de mais de 5 metros de diâmetro. A nova descoberta foi feita no lado leste do Huey Tzompantli, que funcionava como uma sala de troféus onde os aztecas exibiam os crânios de homens, mulheres e crianças sacrificados.

    Contexto Histórico

    O Huey Tzompantli, que significa “rack de crânios”, está próximo à catedral erguida sobre o que foi o Templo Mayor, um dos principais templos da antiga capital azteca, Tenochtitlan. Essa vasta descoberta surpreendeu os especialistas, trazendo à tona a importância desse local na cultura mexica. A Ministra da Cultura do México, Alejandra Frausto, destacou a relevância arqueológica dessa descoberta, afirmando que continua a surpreender o conhecimento sobre a civilização azteca.

    Um Passado Assustador

    Encontrar 124 novos crânios, todos datados de um período em torno dos anos 1400, não é apenas impressionante, mas também revela mais sobre como as práticas de sacrifício eram vistas pelos aztecas. Os conquistadores espanhóis, liderados por Hernán Cortés, ficaram aterrorizados ao ver a torre de crânios em 1521. Os arqueólogos descobriram que essa estrutura passou por oito fases de construção entre 1486 e 1502.

    A primeira descoberta em 2017 foi impactante, pois revelou que não eram apenas crânios de homens jovens, como se esperava. Na verdade, muitos dos restos pertenciam a mulheres e crianças, o que levou a uma nova perspectiva sobre as práticas de sacrifício na civilização azteca e à necessidade de reavaliar suas crenças.

    O Que Significava para os Aztecas

    Para os aztecas, a presença de um grande número de crânios era motivo de orgulho. Os crânios simbolizavam força e prestígio na sociedade. A Ministra Frausto fez questão de enfatizar que essa pilha colossal de crânios representa a grandeza da civilização de Tenochtitlan. Esse monumento não apenas demonstrava poder militar, mas também exaltava as crenças culturais do povo mexica.

    Além disso, as torres de crânios, conhecidas como tzompantli, eram construídas de forma a exibir cabeças decapitadas, muitas vezes com varas de madeira atravessando os lados. Pinturas e relatos da época colonial descrevem essas práticas, o que torna a descoberta ainda mais impressionante.

    Detalhes da Escavação

    Os pesquisadores estão descobrindo que muitos dos crânios estavam agrupados e cimentados uns aos outros. Além disso, estavam posicionados em relação a um espaço vazio no meio, uma disposição que ainda não é totalmente explicada. Essa nova pesquisa se diferencia de descrições históricas, uma vez que os crânios encontrados não estavam apenas dispostos ao acaso, mas de maneira ordenada.

    As teorias sobre como esses crânios foram expostos ainda estão em desenvolvimento. Pode ser que eles tenham sido mostrados logo após os sacrifícios, e que tenham sido cimentados somente depois que a carne havia se deteriorado. O propósito dos sacrifícios, entretanto, é claro. Eles eram uma forma de homenagear os deuses e uma parte fundamental das práticas religiosas dos aztecas.

    Deuses e Sacrifícios

    O principal deus da cultura azteca, Huitzilopochtli, era associado ao sol, à guerra e aos sacrifícios humanos. O Huey Tzompantli ficava próximo ao templo dedicado a ele, refletindo a centralidade de Huitzilopochtli na vida da cidade.

    Tenochtitlan foi conquistada em 1521 por Cortés e seus homens, marcando o fim de uma era. Embora não se saiba ao certo se os aztecas previam essa queda, estava claro que um ponto histórico decisivo havia chegado, levando à queda de seu império, como aconteceu com outras grandes civilizações.

    Conclusão

    A continuidade das escavações no Templo Mayor promete revelar ainda mais segredos sobre a rica e complexa história da antiga civilização azteca. A descoberta de mais crânios e as investigações sobre sua disposição abrem novas perguntas sobre os rituais e tradições dessa sociedade.

    Dessa forma, cada nova informação nos ajuda a entender melhor o significado e as implicações culturais por trás das práticas de sacrifício e a importância do Huey Tzompantli na vida dos aztecas. Conforme os arqueólogos continuam seu trabalho, será fascinante ver como essas descobertas moldarão nossa compreensão sobre a história desta antiga civilização.

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