Balanço do Ano: Como Estão as Crianças no Brasil?

    Com o final e início de ano, muitas pessoas costumam fazer um balanço sobre o que aconteceu nos últimos meses e pensar nos planos para o futuro. Neste contexto, é importante analisar como foi o ano para as crianças brasileiras.

    Em 2024, os dados do Ministério da Saúde revelaram um aumento no número de crianças menores de 5 anos que morreram por doenças que poderiam ser evitadas com vacinação. Este é um dado preocupante. No entanto, há também boas notícias: as taxas de imunização, que vinham caindo, finalmente começaram a crescer novamente. Além disso, o Programa Nacional de Imunizações anunciou que começará a disponibilizar a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) para todas as gestantes. Essa vacina é fundamental, pois o VSR causa cerca de 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças pequenas. A vacinação das gestantes ajuda a proteger os recém-nascidos nos primeiros anos de vida, período em que estão mais vulneráveis a esse vírus.

    No que se refere à alimentação, o Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome, mas isso não significa que o problema esteja completamente resolvido. Atualmente, mais de 3% da população enfrenta a insegurança alimentar severa, o que se traduz em cerca de 7 milhões de pessoas que não conseguem realizar três refeições por dia. Por outro lado, a obesidade também é um grande desafio, afetando 46 milhões de brasileiros. Por causa da pobreza e da falta de renda, muitas famílias acabam optando por alimentos mais baratos e altamente processados. Especialistas afirmam que o combate à obesidade é uma tarefa mais difícil do que erradicar a fome.

    A pobreza é um dos maiores problemas enfrentados pelas crianças no país. A falta de saneamento básico é uma das privacões mais graves que afetam a infância e, por consequência, prejudica a saúde, o aprendizado e as perspectivas de futuro dessas crianças. Esse quadro não afeta apenas o presente, mas também mina o crescimento econômico do país e pode levar a um aumento da violência e do extremismo nas comunidades.

    Além disso, as mudanças climáticas estão cada vez mais impactando a saúde das crianças. O meio ambiente tem um papel significativo na incidência de doenças infantis. A poluição, por exemplo, é responsável por quase 92% das mortes ligadas ao ambiente em países de renda baixa e média, como o nosso. Entre os impactos das mudanças climáticas, estão as ondas de calor e as doenças transmitidas por vetores, que prejudicam diretamente as crianças, especialmente as mais vulneráveis.

    Em meio a esses desafios, o crescimento do PIB traz uma esperança de melhorias no cenário econômico. É fundamental que a sociedade civil participe das discussões sobre o futuro das crianças, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. É uma oportunidade para refletirmos sobre o país que desejamos construir para as próximas gerações.

    Para finalizar, lembremos do propósito da Fundação José Luiz Setúbal: “Futuro é infância saudável”. É essencial priorizar as crianças, de acordo com o que estabelece a Constituição, para que possamos construir um futuro melhor para todos.

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