Na última terça-feira (18), a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde promoveu em Brasília a última reunião do Grupo de Trabalho sobre Calor Extremo. O evento teve como objetivo discutir estratégias de comunicação para diferentes públicos e contextos regionais, integrar setores e oferecer formação aos profissionais de saúde sobre a relação entre o clima e a saúde.
Participaram da reunião profissionais de saúde de diversos estados do país. Edenilo Baltazar Filho, diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública, destacou a importância do encontro, mencionando que se tratava de um momento decisivo para definir diretrizes que serão apresentadas à população. Ele ressaltou que a semana do evento coincide com a COP 30, que discute os impactos climáticos na saúde pública, e agradeceu aos participantes.
Além dos profissionais de saúde do Ministério, o evento contou com a presença de Rodrigo Lins Frutuoso, oficial da Organização Pan-Americana da Saúde, que estava envolvido em um exercício simulado sobre calor extremo no Rio de Janeiro. As diretrizes discutidas foram desenvolvidas em parceria com a OPAS e diversas organizações, incluindo conselhos de saúde e universidades. Também estiveram presentes representantes da Defesa Civil e do programa Vigidesastres, que coordena a elaboração das diretrizes.
Durante a reunião, a consultora técnica Helena Bustamante Ayala apresentou conceitos sobre comunicação de risco em eventos de calor extremo. Segundo ela, a Comunicação Popular de Risco se baseia em um diálogo aberto com a comunidade, visando garantir que as informações sobre riscos sejam compreendidas e que as orientações de saúde sejam seguidas.
A comunicação de risco deve ser clara e adaptável, com ênfase em ouvir a comunidade e mapear parcerias locais. A consultora enfatizou que todos podem atuar como comunicadores de risco, alertando sobre cuidados antes e durante ondas de calor. Ela citou a importância de repassar informações em situações de emergência, destacando que a prevenção é crucial para proteger a saúde da população.
Calor extremo se refere a períodos em que as temperaturas são significativamente mais altas do que o normal, frequentemente acompanhadas de alta umidade e pouca ventilação. Esses episódios representam um risco crescente à saúde, especialmente em um contexto de mudanças climáticas. A população mais vulnerável inclui idosos, crianças, gestantes e pessoas com condições de saúde pré-existentes.
Os efeitos do calor extremo podem variar de desidratação e exaustão térmica a condições mais graves como insolação, que requer atendimento médico imediato. A prevenção é fundamental: manter-se hidratado, evitar a exposição solar em horários de pico, usar roupas leves e buscar locais frescos são algumas das orientações.
As políticas públicas de adaptação climática são vitais para promover sistemas de alerta e educação em saúde, além de estratégias para mitigar os efeitos do calor extremo e proteger a população.
