Na última terça-feira, 18 de julho, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde realizou em Brasília a última reunião da Oficina do Grupo de Trabalho sobre Calor Extremo. O objetivo do encontro foi discutir estratégias de comunicação direcionadas a diferentes públicos e contextos regionais, além de articular ações entre setores e promover capacitação para profissionais de saúde sobre temas relacionados ao clima.
A reunião contou com a presença de profissionais de diversos estados, que se debruçaram sobre questões como comunicação de risco, mobilização social e capacitação para lidar com situações de calor intenso. Edenilo Baltazar Filho, diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública, destacou a importância do momento, afirmando que as diretrizes discutidas precisam ser divulgadas à população. Ele enfatizou que a reunião coincide com a Semana da COP 30, que trata dos impactos do clima na saúde pública.
O evento também teve a participação de Rodrigo Lins Frutuoso, representante da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Paralelamente, ocorreu no Rio de Janeiro um exercício prático sobre calor extremo, dirigido a equipes de especialistas. As diretrizes formadas no grupo de trabalho foram elaboradas em conjunto com a OPAS, além de várias organizações, como o Conselho Nacional de Saúde e secretarias relacionadas. A Defesa Civil e o programa Vigidesastres também estavam presentes, colaborando na elaboração dessas diretrizes.
Durante o encontro, a consultora técnica Helena Bustamante Ayala apresentou temas sobre comunicação de risco e engajamento comunitário em situações de calor extremo. Ela explicou que a Comunicação Popular de Risco se baseia em um diálogo aberto com a comunidade, visando entendimento e confiança. Esse tipo de comunicação busca garantir que a população tenha clareza sobre os riscos e siga orientações de saúde.
Os profissionais capacitados devem ir até as comunidades para identificar necessidades específicas e desenvolver estratégias de prevenção que sejam culturalmente relevantes. A ativação da comunidade é vista como essencial, e é importante que as informações sobre como se proteger do calor sejam disseminadas antes e durante ondas de calor.
Calor extremo refere-se a momentos em que as temperaturas superam as médias históricas, muitas vezes acompanhadas de alta umidade e pouca ventilação. Esses episódios representam riscos para a saúde, especialmente no contexto de mudanças climáticas que intensificam essas situações.
As consequências do calor extremo podem variar de desidratação e exaustão térmica a insolação, um quadro que requer atenção médica imediata. Grupos mais vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas, estão em maior risco. Além disso, esse calor pode agravar problemas de saúde como doenças cardiovasculares e respiratórias.
Para prevenir problemas relacionados ao calor, é fundamental manter-se hidratado, evitar a exposição ao sol durante os horários mais quentes, usar roupas leves e buscar ambientes frescos. As políticas públicas focadas na adaptação climática são essenciais, pois ajudam a criar sistemas de alerta e promover educação em saúde, além de estratégias para mitigar os efeitos do calor extremo e proteger a população.
O encontro reforçou a necessidade de mobilização e preparação, essencial para proteger a saúde da população diante do aumento da frequência e intensidade das ondas de calor.
