Após um naufrágio na costa da Papua Nova Guiné em 1904, Carl Emil Pettersson casou-se com a princesa da Ilha Tabar e, mais tarde, foi coroado rei.

    Carl Emil Pettersson, um simples marinheiro sueco, se viu em uma nova realidade após sair das águas quentes do Pacífico. Após o naufrágio de seu navio, ele pisou na areia da Ilha Tabar, onde o cenário tropical contrastava fortemente com as paisagens frias e rochosas de sua Suécia natal.

    Ao se acomodar em terra firme, Carl rapidamente percebeu que estava longe de estar a salvo. Ele avistou os nativos da Ilha Tabar, conhecidos por sua prática de canibalismo. O que ele não sabia é que esse marinheiro humilde se tornaria o rei de sua nova casa.

    A Vida Inicial De Carl Emil Pettersson

    A infância de Carl Emil Pettersson é pouco documentada. Ele nasceu em 1875, nos arredores de Estocolmo, como o segundo de seis filhos. A vida familiar não foi fácil, especialmente após a partida de seu pai, quando Carl ainda era pequeno.

    Aos 17 anos, em 1892, ele decidiu embarcar para o mar em busca de trabalho. Seis anos depois, ele estava empregado na Neuguinea-Compagnie, uma empresa comercial alemã que atuava no sul do Pacífico.

    Foi durante uma viagem com essa empresa que seu destino mudou. No dia de Natal de 1904, seu navio, o Herzog Johan Albrecht, naufragou próximo à Ilha Tabar. Carl nadou até a costa e foi logo cercado pelos nativos, que guardavam uma fama temível.

    Como O Amor e O Dinheiro Mudaram Seu Destino

    Ao chegar à ilha, os nativos o levaram até o rei Lamy. Ele tinha uma filha chamada Singdo, que, segundo relatos, se apaixonou por Carl. O marinheiro fez uma promessa ao rei: se conseguisse enriquecer a ilha, poderia se casar com sua filha.

    Lamy concordou e Carl trouxe prosperidade à ilha com uma plantação de coqueiros. Ele teve sucesso e, em 1907, se casou com Singdo. Assim, Carl Emil Pettersson se tornou o rei da Ilha Tabar.

    A Ascensão de Carl Como Rei

    Nos 14 anos seguintes, Carl e Singdo tiveram 14 filhos. Após a morte do rei Lamy, Carl assumiu oficialmente a posição de líder da ilha. Ele se mostrou respeitoso com as tradições locais e ganhou o carinho dos habitantes, que o chamavam de “Strong Charley”.

    O rei Carl focou em expandir suas plantações de coqueiros, que se tornaram muito lucrativas. Ele adorava contar suas aventuras e experiências na ilha para jornais suecos, o que o transformou em uma figura popular na Suécia. Sua história, cheia de fissuras e emoção, encantava os leitores.

    Os Últimos Anos de Carl Emil Pettersson

    Como o sol, que sempre se põe, a vida de Carl também teve seu fim. Singdo adoeceu após dar à luz em 1921 e faleceu. Com nove filhos para cuidar, Carl decidiu voltar à Europa em busca de uma nova companheira. Ele conheceu Jessie Louisa Simpson e, em 1923, os dois retornaram juntos à Ilha Tabar.

    Ao voltar, Carl encontrou seu reino em dificuldades. Suas plantações estavam mal administradas e sua fortuna havia diminuído. Contudo, ele teve um vislumbre de esperança ao descobrir uma mina de ouro na ilha vizinha de Simberi. Infelizmente, tanto Carl quanto Jessie contraíram malária. Jessie partiu para tratamento na Austrália e nunca mais voltou.

    Em 1935, Jessie faleceu na Suécia. Em 1937, Carl deixou a Ilha Tabar de vez, mas não retornou ao seu país. Ele morreu em Sydney, vítima de um ataque cardíaco, com apenas 61 anos.

    O Legado de Carl Emil Pettersson

    A ligação entre a Suécia e a Ilha Tabar continuou após a morte de Carl. Seu filho, Frederick, herdou o título de rei e até tentou oferecer a ilha à Suécia, mas o governo sueco recusou.

    O legado de Carl também vive através da literatura. Astrid Lindgren, a famosa autora sueca, se inspirou nas histórias que ouviu sobre Carl Emil Pettersson enquanto crescia. Sua personagem mais conhecida, Pippi Meialonga, teve seu pai, Ephraim, descrito como um marinheiro que volta para casa após ter sido rei de uma ilha distante no Pacífico.

    Assim, a incrível jornada de um marinheiro sueco se entrelaçou com a imaginação de várias gerações, garantindo que sua história fosse lembrada por muitos anos.

    Conclusão

    A vida de Carl Emil Pettersson reflete a força do inesperado. De um naufrágio em uma ilha remota a um reinado illustre, sua história é um lembrete poderoso sobre como as circunstâncias podem mudar a vida de uma pessoa. Atraídos pelo encanto da aventura, muitos continuam a se inspirar em sua trajetória, que combina amor, resiliência e um toque de magia.

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