Carl McCunn e Sua Trágica Jornada no Alasca

    Carl McCunn, um fotógrafo de vida selvagem, decidiu se aventurar na imensidão do Alasca em março de 1981. Ele esperava passar alguns meses tirando fotos, mas nunca voltou para casa. Sua história é marcada por erros de planejamento e solidão.

    A Aventura Começa

    Carl nasceu em 25 de janeiro de 1947 em Munique, enquanto seu pai servia na Marinha dos EUA. Por muitos anos, morou em San Antonio, Texas. Após o ensino médio, ele cursou uma semestre de faculdade, mas decidiu se alistar na Marinha.

    Depois de quatro anos, Carl trabalhou em uma balsa que fazia a rota entre Seattle e o Alasca, e se estabeleceu na região por volta de 1970. Em 1976, ele já havia passado cinco meses no Brooks Range, uma área isolada e selvagem.

    Em março de 1981, ele retornou ao Alasca, planejando passar meses fotografando a vida selvagem. Ele contratou um piloto para deixá-lo 360 quilômetros a nordeste de Fairbanks. Levou consigo 500 rolos de filme, 635 quilos de alimentos, duas espingardas e um rifle, esperando ficar até meados de agosto.

    Falta de Planejamento

    Apesar de parecer que Carl tinha um plano, ele não confirmou com seu amigo se alguém viria buscá-lo. Com essa incerteza, começou sua jornada, acreditando que sua chamada de resgate estava garantida.

    Surpreendentemente, ele descartou cinco caixas de cartuchos de espingarda, pensando que não precisaria deles. Ele se concentrou em sua fotografia, mas em agosto, suas preocupações aumentaram. Seus suprimentos estavam se esgotando.

    Tentativas de Sobrevivência

    Carl registrou em seu diário suas ansiedades. Ele começou a caçar para conseguir alimentação, usando as balas restantes para matar patos e muskrats. Um dia, teve sorte ao encontrar carne de caribu que havia morrido em um lago, que ele secou para comer.

    Com os dias passando, Carl começou a se perguntar se alguém viria procurá-lo. Ele relatou em seu diário que aquilo que parecia um plano de resgate poderia não ser suficiente. Suas expectativas de ajuda não se concretizaram.

    O Pedido de Ajuda Ignorado

    Na cidade, seus amigos estavam preocupados e pediram ajuda a policiais locais para verificar como ele estava. Um policial, David Hamilton, sobrevoou o acampamento e viu Carl acenando com um saco vermelho. Porém, interpretou o gesto como um sinal de que tudo estava bem.

    Carl, no entanto, estava esperançoso com a passagem do avião e tentou chamar a atenção, mas usou o sinal errado, indicando que estava tudo bem. Essa confusão foi um golpe duro, e após a passagem do avião, ele não teve mais contato com o mundo exterior.

    O Desespero Aumenta

    À medida que o verão se transformava em outono, as temperaturas caíram, e Carl enfrentou não apenas a escassez de alimentos, mas também a competição com predadores como lobos. Em outubro, suas condições se tornaram críticas: ele tinha apenas uma refeição de feijão como recurso e estava criando cada vez mais medo pela sua sobrevivência.

    Embora ele tivesse considerado a ideia do suicídio, buscou manter a esperança. A cada entrada em seu diário, ficava evidente a luta interna entre a vontade de viver e a pressão da sobrevivência em situações extremas.

    O Desfecho Trágico

    Chegando a novembro, Carl ficou completamente sem alimentos, enfrentando tonturas e o frio intenso. Ele começou a se resignar a que a única saída poderia ser o suicídio. Em seus escritos finais, pediu perdão e deixou instruções para que seus pertences fossem entregues a seu pai.

    Em dezembro de 1981, Carl decidiu por fim à sua vida. Ele se matou dentro do abrigo em que estava, deixando um bilhete e seu documento de identificação na esperança de que fosse reconhecido. Ninguém sabia que ele estava desaparecido até que seus amigos insistiram para que as autoridades investigassem, meses depois.

    A Descoberta do Corpo

    Em janeiro de 1982, as autoridades fizeram um sobrevoo e não encontraram sinais de vida. Uma investigação mais aprofundada em fevereiro levou à descoberta do corpo de Carl McCunn, juntamente com seu diário, onde estavam registrados seus conflitos e desespero.

    A tragédia de Carl McCunn alerta para o cuidado necessário em viagens solitárias e para a importância do planejamento adequado. Sua família espera que a história dele sirva de ensinamento para outras pessoas, evitando que mais alguém passe pela mesma experiência dolorosa que ele viveu.

    Em resposta ao sofrimento de seu filho, Donovan McCunn, o pai de Carl, expressou o desejo de evitar que outros terminem em circunstâncias semelhantes, reforçando a necessidade de autoavaliação e planejamento em atividades que podem se tornar extremamente desafiadoras.

    A história de Carl é um lembrete sombrio sobre a vulnerabilidade humana e a necessidade de estar preparado em qualquer aventura.

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