Quando o assunto é chocolate, muitos pacientes se sentem divididos entre o desejo de consumir esse alimento, tão presente na cultura, e o medo de prejudicar a saúde. Essas preocupações são válidas: o chocolate pode ser incluído em uma dieta equilibrada, mas isso depende da qualidade do produto e da quantidade consumida.
Nos últimos anos, com o aumento significativo do preço do cacau, é comum encontrar no mercado chocolates menores, com preços acessíveis, porém com menor qualidade nutricional. Esse cenário traz riscos, pois o consumo excessivo de chocolates com baixo teor de cacau e alta quantidade de açúcar pode causar problemas no metabolismo, impactar o fígado e afetar a saúde de modo geral. Por isso, é importante entender a diferença entre um chocolate saudável e aqueles que apenas imitam o sabor sem oferecer benefícios reais.
Nem todos os chocolates são iguais. Chocolates com alto teor de cacau, especialmente aqueles que têm setenta por cento ou mais, são os mais indicados do ponto de vista nutricional. Eles contêm antioxidantes, minerais e compostos bioativos que trazem benefícios à saúde. Por outro lado, produtos rotulados como “sabor chocolate” não são considerados chocolates de verdade, pois têm menos de vinte e cinco por cento de cacau.
O chocolate branco demanda ainda mais atenção, pois não contém massa de cacau, parte que fornece flavonoides e antioxidantes. Ele é feito principalmente de manteiga de cacau, açúcar e leite, e suas normas exigem apenas vinte por cento de sólidos de manteiga de cacau. Embora classificado como chocolate, o branco não possui os mesmos benefícios das versões mais escuras e é geralmente mais doce e gorduroso.
O consumo excessivo de chocolates ricos em açúcar e gorduras vegetais pode elevar a glicose no sangue, agravar a resistência à insulina, aumentar a gordura no fígado, elevar o peso, contribuir para alterações no colesterol e aumentar o risco de compulsão alimentar. Além disso, esses produtos podem intensificar processos inflamatórios.
A principal recomendação que passo a meus pacientes é buscar o equilíbrio. O chocolate em si não é um vilão, mas é importante entender que nem todas as versões são equivalentes. Ao aprender a diferenciar qualidade de quantidade, é possível incluir o chocolate de maneira consciente e saudável na rotina alimentar.
