A recente chuva no Estado trouxe alívio e boas expectativas para a safra de soja 2025/2026. Segundo o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (11), a produção pode alcançar 22,4 milhões de toneladas. Essa cifra representa um aumento de 34,9% em relação à safra de 2024/2025, que foi marcada por uma severa estiagem.
Além da soja, a Conab estima um crescimento de 15,5% na produção total de grãos nesta estação, apesar das reduções previstas na produção de arroz e feijão, além de uma leve queda no milho. O presidente da Conab, Edegar Pretto, explicou que a falta de chuva nas últimas semanas está sendo monitorada, assim como os efeitos de um ciclone que trouxe chuvas intensas para a região.
Ireneu Orth, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS), destacou que o cenário atual é positivo. Com as chuvas recentes e a expectativa de que continuem, os prejuízos devem ser mínimos. Contudo, algumas lavouras poderão ser plantadas mais tarde do que o ideal.
No caso do milho, as chuvas são ainda mais importantes. Dados da Emater indicam que 35% da área destinada ao milho no Rio Grande do Sul está na fase de enchimento dos grãos, período que requer umidade adequada para garantir um bom rendimento. A Conab estima a produção de milho em 5,4 milhões de toneladas, com uma leve redução de 0,1% em comparação ao ano anterior.
Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), comentou que as previsões iniciais apontavam para críticas condições de seca entre o final de outubro e o final de dezembro. No entanto, o boletim dos primeiros dez dias deste mês mostra que a maior parte do Estado teve excesso de precipitação, com algumas áreas, como o Noroeste, Centro-Oeste e Litoral Sul, apresentando déficits de chuva. Esse excesso de chuvas ajudou a recarregar os reservatórios de água do solo em várias regiões.
Varone também observou que aqueles que iniciaram o plantio recentemente receberam umidade suficiente, assim como aqueles que estavam aguardando para começar a semeadura. Essa combinação de fatores sugere um cenário promissor para o cultivo de soja e milho no Estado.
