Uma cicatriz em forma de aranha foi descoberta na superfície de Europa, uma das luas de Júpiter, e pode indicar que água salgada já fluiu através de suas camadas de gelo. Essa marca, que ganhou o nome de Tamhan Allah, foi identificada pela sonda espacial Galileu nos anos 90, e sua formação ainda é objeto de estudos.

    Tamhan Allah está localizada na cratera Mananan e apresenta um padrão que se assemelha a um fenômeno conhecido na Terra, onde formações semelhantes aparecem em lagos congelados. No caso de Europa, acredita-se que essa cicatriz tenha surgido devido a erupções de água salgada que, após um impacto, romperam a crosta de gelo e liberaram o líquido, criando as formações visíveis.

    Pesquisadores, incluindo Lauren McGune, principal autora de um estudo recente, ressaltam que esse tipo de característica na superfície pode oferecer informações valiosas sobre o que ocorre sob a fina camada de gelo. Essas marcas podem sugerir a existência de corpos de água salgada localizados abaixo da crosta, o que tem implicações sobre possíveis condições para vida.

    Na Terra, as estrelas de lagos se formam a partir de buracos que surgem no gelo devido ao movimento da água abaixo da superfície. A teoria para Europa é que a água salgada, chamada salmoura, pode ter emergido debaixo do gelo, criando os padrões que observamos hoje. Essas erupções, por sua vez, podem estar ligadas a processos geológicos que ainda não compreendemos completamente.

    Atualmente, as informações sobre Europa vêm das imagens da sonda Galileu. No entanto, a NASA está desenvolvendo uma nova missão, chamada Europa Clipper, que promete fornecer imagens de alta resolução e mais dados sobre essa lua gelada. Espera-se que a missão comece a operar em abril de 2030, trazendo novas descobertas sobre as características e a composição de Europa.

    A pesquisa sobre a formação de Tamhan Allah e suas implicações para a busca de vida em outros mundos do sistema solar é um campo promissor. Os cientistas acreditam que detalhes como esses podem ajudar a entender melhor a dinâmica de mundos gelados e os processos que permitem a existência de água e, possivelmente, de vida.

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